29/05/2013


HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"

Perto de dois milhões de portugueses vivem em situação de pobreza

 Perto de dois milhões de pessoas vivem em Portugal em situação de pobreza, das quais cerca de 160 000 não tinham, em 2012, capacidade financeira para uma refeição de carne ou peixe, pelo menos, de dois em dois dias, refere a federação dos bancos alimentares. 

 A Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF) afirmou que as situações de pobreza reveladas hoje pela Federação dos Bancos Alimentares Contra a Fome confirmam os “relatos, os lamentos e os pedidos” que chegam à organização. 

 A Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome e a ENTRAJUDA, em parceria com a Universidade Católica, realizaram um inquérito às pessoas apoiadas pelas instituições de solidariedade com o objetivo de conhecer melhor a sua situação. 

Segundo o estudo, 39% dos participantes disseram ter passado um dia sem comer por falta de dinheiro e mais de metade referiram que o rendimento familiar “nunca é suficiente para viver”. “A situação não é nova, a estatística é que é nova e vem confirmar aquilo que há muito suspeitávamos face aos relatos, aos lamentos, às queixas e aos pedidos que nos têm chegado”, disse Amândio Alves, responsável da CNAF. 

Amândio Alves adiantou que “já muitas pessoas têm alertado para a grave situação social que se vive no país” e os números hoje divulgados pela federação vêm juntar-se a outros “já conhecidos, nomeadamente os do flagelo do desemprego”. “É nas famílias que se sente a crise económica e são as famílias que estão a assegurar isso, com os pais a ajudar os filhos, ou vice-versa, e os avós a ajudarem os netos”, disse o responsável. 


 Amândio Alves sustentou que “é a instituição família que permite que não haja situações muito mais graves”, sem descurar o apoio humanitário e social que é prestado pelas diversas instituições de solidariedade social. Com a situação que o país atravessa, o responsável da CNAF teme que a situação das famílias “ainda se venha a agravar mais”, considerando que os “reais interesses” desta instituição não têm sido “devidamente levados em conta” em Portugal. 

 “Têm sido acautelados os interesses das mais variadas corporações, agora o interesse das famílias, que são a base da sociedade portuguesa, não têm sido acautelados devidamente”, frisou. Pelo contrário, nos últimos tempos, muitos dos apoios dirigidos às famílias, sobretudo na área fiscal, têm sido retirados, como o abono de família, as deduções à coleta no IRS e o aumento dos impostos sobre a habitação, referiu Amândio Alves. 


 O inquérito indica que cerca de 59% dos inquiridos pedem apoio às instituições há menos de dois anos, “o que vem demonstrar que muitos dos utentes destas instituições são relativamente recentes, denotando, possivelmente, novas situações de carências”.

* Foi a isto que o governo PSD/CDS  nos conduziu.

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