HOJE NO
"PÚBLICO"
Cimeira ibérica acerta sistema comum
de pagamento de portagens
Passos e Rajoy encontram-se em Madrid com alguns temas práticos na agenda.
A cimeira ibérica que vai ter lugar em Madrid nesta segunda-feira vai
ser um encontro sem grandes decisões. Em termos práticos, será marcado
para 30 de Julho o início de um sistema comum de pagamento de portagens.
O último obstáculo a ser resolvido foi o das comissões bancárias de
comercialização.
Quanto às ligações
ferroviárias, o bilhete único da ligação Porto-Vigo entra em
funcionamento por estes dias e mantém-se o prazo de 2015 para a
electrificação de todo o trajecto. Quanto às ligações de gás, Lisboa
enviou uma proposta de acordo para a ligação dos gasodutos portugueses e
espanhóis aos franceses.
Em Maio de 2012, na 25.ª Cimeira
Luso-Espanhola, Portugal e Espanha retomaram o hábito das reuniões
anuais ao mais alto nível, depois de três anos de interrupção. O
conclave que decorre nesta segunda reitera o compromisso assumido no ano
passado de manter o hábito destes contactos.
As questões
europeias vão estar na agenda. Não na perspectiva de uma frente ibérica.
Portugal segue a via irlandesa, enquanto Madrid já manteve encontros
com outras capitais do Sul da Europa. Existe, ainda, uma diferença
substancial. O nosso país tem a agenda marcada pelo programa de
ajustamento, e a Espanha conseguiu evitar o resgate e os "homens de
negro", como Cristóbal Montoro, o ministro das Finanças de Rajoy, se
referiu aos membros da troika.
Apesar destas diferenças, há
interesses comuns entre as duas capitais. À cabeça está a União
Bancária, o financiamento das PME (pequenas e médias empresas) e o
combate ao desemprego jovem, quando Espanha e Portugal estão,
respectivamente, no segundo e terceiro posto neste indesejável rankingde
dificuldades da União Europeia (UE). Não de somenos importância é, por
fim, o debate sobre as novas perspectivas financeiras 2014-2020 na UE.
Embora
com obrigações distintas, a pressão de Bruxelas provoca similitudes nos
comportamentos políticos nos dois países. Em Espanha, a exigência de
reformas nas pensões e administrações públicas criou divisões no seio do
Partido Popular. De um lado, o titular da pasta da Economia, Luís de
Guindos, José Manuel Soria, ministro da Indústria, Energia e Turismo, o
seu colega da Agricultura, Miguel Arias Cañete, e Ana Pastor,
responsável do Fomento, adeptos de reformas duras.
Do outro,
Mariano Rajoy, as ministras da Saúde e do Trabalho, respectivamente Ana
Mato e Fátima Báñez, e o titular das Finanças, Cristóbal Montoro,
defensores de uma graduação das alterações. Lá, como cá, a oposição
socialista defende políticas de crescimento: há precisamente uma semana,
o PSOE de Alfredo Pérez Rubalcaba apresentou um programa de forte
intervenção do Estado para travar os despedimentos e parar os despejos
das famílias que não podem pagar as suas hipotecas. Matéria suficiente, e
suplementar, para animar a conversa dos dois primeiros-ministros.
* Dois partidos liberais afectados por aldrabices e corrupção.
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