13/05/2013

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HOJE NO

"PÚBLICO"

Cimeira ibérica acerta sistema comum 
de pagamento de portagens

Passos e Rajoy encontram-se em Madrid com alguns temas práticos na agenda.

A cimeira ibérica que vai ter lugar em Madrid nesta segunda-feira vai ser um encontro sem grandes decisões. Em termos práticos, será marcado para 30 de Julho o início de um sistema comum de pagamento de portagens. O último obstáculo a ser resolvido foi o das comissões bancárias de comercialização.


Quanto às ligações ferroviárias, o bilhete único da ligação Porto-Vigo entra em funcionamento por estes dias e mantém-se o prazo de 2015 para a electrificação de todo o trajecto. Quanto às ligações de gás, Lisboa enviou uma proposta de acordo para a ligação dos gasodutos portugueses e espanhóis aos franceses.
Em Maio de 2012, na 25.ª Cimeira Luso-Espanhola, Portugal e Espanha retomaram o hábito das reuniões anuais ao mais alto nível, depois de três anos de interrupção. O conclave que decorre nesta segunda reitera o compromisso assumido no ano passado de manter o hábito destes contactos.
As questões europeias vão estar na agenda. Não na perspectiva de uma frente ibérica. Portugal segue a via irlandesa, enquanto Madrid já manteve encontros com outras capitais do Sul da Europa. Existe, ainda, uma diferença substancial. O nosso país tem a agenda marcada pelo programa de ajustamento, e a Espanha conseguiu evitar o resgate e os "homens de negro", como Cristóbal Montoro, o ministro das Finanças de Rajoy, se referiu aos membros da troika.
Apesar destas diferenças, há interesses comuns entre as duas capitais. À cabeça está a União Bancária, o financiamento das PME (pequenas e médias empresas) e o combate ao desemprego jovem, quando Espanha e Portugal estão, respectivamente, no segundo e terceiro posto neste indesejável rankingde dificuldades da União Europeia (UE). Não de somenos importância é, por fim, o debate sobre as novas perspectivas financeiras 2014-2020 na UE.
Embora com obrigações distintas, a pressão de Bruxelas provoca similitudes nos comportamentos políticos nos dois países. Em Espanha, a exigência de reformas nas pensões e administrações públicas criou divisões no seio do Partido Popular. De um lado, o titular da pasta da Economia, Luís de Guindos, José Manuel Soria, ministro da Indústria, Energia e Turismo, o seu colega da Agricultura, Miguel Arias Cañete, e Ana Pastor, responsável do Fomento, adeptos de reformas duras.
 Do outro, Mariano Rajoy, as ministras da Saúde e do Trabalho, respectivamente Ana Mato e Fátima Báñez, e o titular das Finanças, Cristóbal Montoro, defensores de uma graduação das alterações. Lá, como cá, a oposição socialista defende políticas de crescimento: há precisamente uma semana, o PSOE de Alfredo Pérez Rubalcaba apresentou um programa de forte intervenção do Estado para travar os despedimentos e parar os despejos das famílias que não podem pagar as suas hipotecas. Matéria suficiente, e suplementar, para animar a conversa dos dois primeiros-ministros.

* Dois partidos liberais afectados por aldrabices e corrupção.

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