HOJE NO
"PÚBLICO"
Homens com disfunção eréctil têm mais crenças sexuais como a de macho latino
Os homens que sofrem de disfunção eréctil têm mais crenças sexuais,
designadamente a ideia do "macho latino", disse um investigador da
Universidade do Porto que coordena o laboratório de investigação em
sexualidade humana em Portugal.
Nos homens com disfunção
eréctil, a crença sexual mais associada é de "macho latino” que nunca
pode falhar uma penetração, que “aguenta” toda a noite a fazer sexo e
que tem de satisfazer qualquer mulher independentemente das
circunstâncias, conta Pedro Nobre, coordenador do SexLab, o primeiro
laboratório de investigação em sexualidade humana em Portugal.
O investigador adiantou à agência Lusa conclusões do estudo “Saúde Sexual no Homem e na Mulher”.
A
crença sexual mais enraizada em toda a população masculina portuguesa
avaliada no laboratório é a do "macho latino" que "nunca pode dizer que
não ao sexo" e aquela crença sexual existe em toda a população
masculina, independentemente da idade e das habilitações literárias,
mesmo junto das populações mais jovens, como os universitários, refere o
investigador.
Também as mulheres com crenças sexuais apresentam mais problemas ao nível do prazer sexual.
As
crenças sexuais assinaladas nas mulheres com menos habilitações
literárias e mais velhas estão relacionadas com a ideia de "passividade
feminina", que o sexo deve ser "apenas e só após o casamento" e "apenas e
só após o primeiro passo ser dado pelo parceiro".
A ideia de que
as mulheres perdem desejo sexual com a idade ou que diminuem a
capacidade do seu estímulo sexual por causa da imagem corporal, e a
obrigatoriedade de ter boas performances sexuais, designadamente terem
orgasmos, orgasmos múltiplos, orgasmos simultâneos ou orgasmos vaginais,
são outras das crenças sexuais que surgem no seio do género feminino,
adiantou o especialista.
Acrescentou que a liberalização para
este tipo de crenças acarreta um "conjunto de consequências negativas",
porque a maior parte delas são "irrealistas".
“A probabilidade
das crenças sexuais diminuírem o estímulo sexual é “grande”, enquanto
que as pessoas com “menos destas crenças têm mais factores de protecção”
e interpretam de forma menos catastrófica as disfunções sexuais de que
venham a padecer, explicou o investigador.
Outra das conclusões
do estudo “Saúde Sexual no Homem e na Mulher”, realizado pelo SexLab,
indicam o quão importante é ter “pensamentos sexuais e emoções
positivas” na resposta e funcionamento sexual.
A investigação encoraja a adopção de "atitudes positivas face à sexualidade, com vista à promoção da saúde e satisfação sexual”.
Este
estudo, financiado em 160 mil euros pela Fundação da Ciência e
Tecnologia, valoriza a importância das psicoterapias cognitivas no
tratamento das disfunções sexuais, sobretudo ao nível das modificações
das emoções e pensamentos negativos associados à actividade sexual que
são típicos dos homens e mulheres com estas dificuldades.
“Quem
tem estas crenças sexuais tem, por norma, pensamentos mais derrotistas
durante a actividade sexual e menos pensamentos sexuais durante a
actividade sexual”, explicou Pedro Nobre, reiterando que o “melhor
preditor da resposta sexual são os “pensamentos sexuais” e as “emoções
sexuais” positivas.
* Very tipical...também são os mais mentirosos e os que dizem mais baboseiras.
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