14/02/2013

SOFIA CANHA

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Aos pais, 
encarregados de educação e população 

Esta luta não diz respeito apenas aos professores e educadores, mas a todos os cidadãos que acreditam num País melhor e mais desenvolvido 

A Educação, a Escola Pública e os Professores vivem um período de grande complexidade, sem dúvida o mais difícil de sempre no pós-25 de Abril de 1974.
Face a tais políticas e às medidas que as concretizam, a FENPROF decidiu promover uma "Semana de Luto e de Luta pela Profissão de Professor e em defesa da Escola Pública".
O luto que os professores decidiram fazer na próxima semana é de protesto pelas políticas que estão a comprometer a qualidade do ensino e a própria escola pública.

Uma escola pública democrática, gratuita e com acesso para todos é essencial para o desenvolvimento humano e, consequentemente, do País.
Nos últimos dois anos, sobretudo, o sentido das políticas desenvolvidas, os fortíssimos cortes orçamentais e as medidas impostas pela tutela educativa, Ministério da Educação e Ciência e Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos, agravaram problemas existentes e criaram novos:
- As condições de trabalho nas escolas deterioraram-se; - Os encargos das famílias com a educação aumentaram; - O aumento de propinas no ensino superior; - Os horários de trabalho dos docentes ficaram sobrecarregados, constituindo uma das principais causas de desgaste físico e psicológico; - A estabilidade dos docentes, quer profissional, quer de emprego, sofreu sério revés; - A redução de professores nas escolas; - A escola desumanizou-se e desorganizou-se pedagogicamente com os mega-agrupamentos a nível nacional; - A concessão de escolas públicas à gestão privada.
Esta situação criada com a aplicação de tais medidas é potenciadora de elevados e preocupantes quebras da qualidade do ensino, com efeitos que, não sendo imediatamente visíveis, constituirão, para muitos jovens, irreparáveis perdas na sua educação e formação.

Todavia, sujeito a imposições exteriores e, simultaneamente, revendo-se em políticas de desinvestimento nos serviços públicos, desvalorização do rendimento de trabalho e eliminação de direitos laborais e sociais, o Governo, em conveniente parceria com o FMI, vem tornando pública a intenção de cortar ainda mais na Educação (entre 800 e 1.000 Milhões de euros) no âmbito de uma violenta redução de 4.000 Milhões nas funções sociais do Estado.
Por tudo isto, esta luta não diz respeito apenas aos professores e educadores, mas a todos os cidadãos que acreditam num País melhor e mais desenvolvido, assente numa educação integral e de qualidade, não só ao nível científico, mas também humano. 

Coordenadora do SPM

IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
13/02/13

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