Aos pais,
encarregados de educação e população
Esta luta não diz respeito apenas aos professores e educadores, mas a todos os cidadãos que acreditam num País melhor e mais desenvolvido
A Educação, a Escola Pública e os Professores vivem
um período de grande complexidade, sem dúvida o mais difícil de sempre
no pós-25 de Abril de 1974.
Face a tais políticas e às medidas que as concretizam, a FENPROF
decidiu promover uma "Semana de Luto e de Luta pela Profissão de
Professor e em defesa da Escola Pública".
O luto que os professores decidiram fazer na próxima semana é de
protesto pelas políticas que estão a comprometer a qualidade do ensino e
a própria escola pública.
Uma escola pública democrática, gratuita e
com acesso para todos é essencial para o desenvolvimento humano e,
consequentemente, do País.
Nos últimos dois anos, sobretudo, o sentido das políticas
desenvolvidas, os fortíssimos cortes orçamentais e as medidas impostas
pela tutela educativa, Ministério da Educação e Ciência e Secretaria
Regional da Educação e Recursos Humanos, agravaram problemas existentes e
criaram novos:
- As condições de trabalho nas escolas deterioraram-se; - Os encargos
das famílias com a educação aumentaram; - O aumento de propinas no
ensino superior; - Os horários de trabalho dos docentes ficaram
sobrecarregados, constituindo uma das principais causas de desgaste
físico e psicológico; - A estabilidade dos docentes, quer profissional,
quer de emprego, sofreu sério revés; - A redução de professores nas
escolas; - A escola desumanizou-se e desorganizou-se pedagogicamente com
os mega-agrupamentos a nível nacional; - A concessão de escolas
públicas à gestão privada.
Esta situação criada com a aplicação de tais medidas é potenciadora
de elevados e preocupantes quebras da qualidade do ensino, com efeitos
que, não sendo imediatamente visíveis, constituirão, para muitos jovens,
irreparáveis perdas na sua educação e formação.
Todavia, sujeito a imposições exteriores e, simultaneamente,
revendo-se em políticas de desinvestimento nos serviços públicos,
desvalorização do rendimento de trabalho e eliminação de direitos
laborais e sociais, o Governo, em conveniente parceria com o FMI, vem
tornando pública a intenção de cortar ainda mais na Educação (entre 800 e
1.000 Milhões de euros) no âmbito de uma violenta redução de 4.000
Milhões nas funções sociais do Estado.
Por tudo isto, esta luta não diz respeito apenas aos professores e
educadores, mas a todos os cidadãos que acreditam num País melhor e mais
desenvolvido, assente numa educação integral e de qualidade, não só ao
nível científico, mas também humano.
Coordenadora do SPM
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
13/02/13
.
Sem comentários:
Enviar um comentário