ESTA SEMANA NO
"VIDA ECONÓMICA"
ARAN ironiza e pergunta
se Portugal é um país de ricos?
Em reação às vendas de janeiro e performance das marcas “premium”
Subida de 0,7% das vendas foi, em grande dose, sustentada pela performance daquelas marcas, segundo a associação.
O
crescimento que as marcas “premium” registaram em janeiro leva a
Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN) a questionar se “será
Portugal um país de ricos?”. Num comunicado enviado às redações, a
entidade defende que “os números das vendas automóveis novos em Portugal
no mês de janeiro dizem bem do que tem sido a política económica e
fiscal dos governos ao longo dos últimos anos”.
A ARAN recorda que as matrículas de ligeiros de passageiros “tiveram um
leve aumento de 0,7%, para 7007 veículos”, mas avisa que “essa subida
foi, em grande dose, sustentada pela performance” daquelas marcas. “A
Audi subiu 19,1% (para 512 carros), a BMW cresceu 39% (para 602
unidades) e a Mercedes disparou 70,3% (para 562 viaturas). Aliás, no
‘top’ das dez marcas mais vendidas em Portugal estão três marcas
‘premium’”, indica a nota da associação, antes de indicar que “apenas a
líder de mercado Renault conseguiu crescer a níveis semelhantes” (22,6%,
para 726 unidades).
A entidade presidida por António Teixeira Lopes clarifica que “nada tem
contra as marcas ‘premium’, que desenvolvem a sua atividade comercial o
melhor que podem, aproveitando as oportunidades”. A ARAN defende que,
esta realidade indica que “a classe média continua a desaparecer em
Portugal, devido às políticas praticadas”. “Se os governantes pensavam
que era com esta política fiscal que equilibravam a balança de
transações do país estavam – a estatística de vendas prova-o –
redondamente enganados, pois embora as vendas baixem, o valor das
importações não desce proporcionalmente”, acrescenta o comunicado.
A ARAN sugeriu, em 2012, que o Governo baixasse o ISV dos segmentos A, B
e C e se caso tivesse de existir aumento do ISV, que este apenas
afetasse os segmentos superiores. “O Governo não nos deu ouvidos,
preferindo penalizar, uma vez mais, a classe média”, conclui esta
associação do setor automóvel.
* A classe média é sempre a crucificada
.
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