03/02/2013

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ESTA SEMANA NO
"SOL"

Empresa portuguesa mostrou 
posse de Obama em 360º 

O jornal norte-americano Washington Post fez uma fotografia panorâmica com um milhão de pixeis sobre a tomada de posse do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, usando uma solução tecnológica desenvolvida pela empresa portuguesa Digisfera.

Em declarações à Lusa, Manuel Cabral, um dos sócios fundadores e engenheiro de redes, com 29 anos, que regressou da Holanda para trabalhar no projecto, explicou que os espectadores com a solução tecnológica da empresa podem colocar “tags” nas fotografias e partilharem nas redes sociais a sua presença nos eventos.

Criada há dois anos, a Digisfera é o exemplo de uma empresa tecnológica portuguesa de raiz familiar, em que o pai, António Cabral, fotógrafo de profissão, se especializou em fotografia 360º, que possibilita ter uma experiência interactiva multimédia ao permitir visitar um espaço em realidade virtual, bem como em fotografia panorâmica e de alta definição, que se instalou no Tagus Parque, em Oeiras, próximo de Lisboa.

“O Washington Post contactou-nos para utilizar o nosso sistema e fez uma fotografia de alta definição (em giga pixel)", o qual permitiu ver a tomada de posse de Obama e as pessoas que estiveram a assistir, disse à Lusa Manuel Cabral. 

Ao utilizar o sistema de aplicações da Digisfera, o diário norte-americano permitiu, assim, que as pessoas pudessem ir ao seu sitio na Internet e que conseguissem também referenciar na fotografia onde tinham estado.

"Elas passaram a poder partilhar com os amigos o evento onde estiveram", sublinhou.
Após a especialização de António Cabral, o passo seguinte para que a empresa de fotografia panorâmica fosse criada teve a ver com a necessidade de "ser preciso alguém com conhecimentos na área da informática", acrescentou, por sua vez, o sócio-gerente.

“O regresso do meu filho que estava a trabalhar na Holanda, na Agência Espacial Europeia (sigla em inglês ESA), foi a mola propulsora”, regozijou-se, destacando que na altura queria fazer coisas que “ninguém tinha feito pelo menos em Portugal e criar uma empresa inovadora, a que se juntou Patrícia Amaro, designer vinda de Madrid.
O primeiro ano do processo de internacionalização “foi bom”, realçaram à Lusa os dois sócios fundadores.

No segundo ano, em 2012, a exportação já representava 35% da facturação global e a previsão para este ano aponta para que se situe entre os 45% a 50%, avançaram, tendo o jovem Manuel Cabral lembrado que “os clientes [no mercado externo] são empresas e agências de marketing internacionais que trabalham no domínio da fotografia panorâmica".
“Além dos mercados mais desenvolvidos para onde temos vindo a trabalhar, há muitos países em que esta área ainda não começou a desenvolver-se, caso da Ásia, África e da América do Sul”, frisou.
Questionado pela Lusa sobre se o negócio está a ser afectado pela actual crise, respondeu: “Quando começámos, a crise já se tinha iniciado. Por isso, eu não sei o que é ter uma empresa fora da crise”.
“O futuro passa também por aí [Ásia, África e América do Sul)], uma vez que à medida que existirem mais pessoas a trabalhar nesta área o mercado potencial vai igualmente aumentar”, salientou o jovem gestor.

O primeiro projecto internacional de grande visibilidade foi o Spot3008, utilizado em Inglaterra na campanha publicitária na Internet do Peugeot 3008 Crosover, que consistiu num jogo desenvolvido sobre uma fotografia giga pixel de Londres, na qual vinte automóveis Peugeot 3008 foram colocados em pós-produção, em diversos locais da cidade.

“O prémio para quem vencesse o jogo era uma viagem ao espaço”, gracejou Manuel Cabral.
A empresa também desenvolveu, recentemente, um projecto idêntico para um jogo de râguebi entre a Itália e os All Blacks da Nova Zelândia, que foi patrocinado pela Adidas e outro para um jogo entre o Barcelona e o Real Madrid, destinado a um sítio na Internet de um jornal espanhol.
Ainda no futebol, o Chelsea, numa tournée que fez aos Estados Unidos, também utilizou o sistema da Digisfera nos jogos efectuados naquele país.

A empresa tem estado igualmente em festivais de música, caso do Canadá, e tem em vista voltar proximamente a este país com um novo negócio na área da fotografia panorâmica o qual o sócio-gerente, António Cabral, não quis, por enquanto, revelar à Lusa.
No mercado português, a Digisfera iniciou a sua actividade há dois anos em parceria com o Turismo de Lisboa.

“Temos conseguido alguns clientes de peso a nível nacional e estamos com um projecto muito grande em mãos para a rota do românico no norte", disse.
Além disso, continuamos "a trabalhar no projecto do roteiro do fado, lançado em Novembro passado, o qual vai ter continuidade", não só aumentado as visitas virtuais, mas juntando eventos relacionados com esta música popular, concluiu Manuel Cabral.

* INTELIGÊNCIA  PORTUGUESA

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