HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Reding admite que é preciso
"mais tempo" para Portugal
A vice-presidente da Comissão Europeia (CE)
Viviane Reding admitiu esta quarta-feira no Porto ser necessário "mais
tempo" para Portugal construir um futuro sólido.
"Estou muito preocupada com a situação
económica e penso que cada cidadão deste país [Portugal] sabe que a
situação não é fácil e que precisamos de mais tempo para construir novas
estruturas para construir um futuro sólido para as próximas gerações",
afirmou a responsável pela Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania da
CE.
Viviane Reding, que falava momentos antes de um encontro com
empresários na Associação Comercial do Porto, disse que a maior parte do
Eurogrupo está "ciente que vai ser preciso tempo para ultrapassar a
crise", mas também assinalou que "Portugal conseguiu voltar aos mercados
e isso são boas notícias".
Reding disse ainda que em Março o Eurogrupo vai discutir a forma como
dois países podem sair do programa de ajuda externa: Irlanda e
Portugal.
"Só o facto de esta discussão existir mostra que, apesar de todas as
dificuldades que as pessoas sentem neste país, as coisas estão a seguir
na direcção certa. Em Março, os ministros das finanças vão olhar para os
números e os factos e ver a maneira de Portugal se manter sozinho
novamente", frisou.
A dirigente luxemburguesa destacou ainda a forma "notável" e a
"coragem" do Governo português em levar as reformas por diante, que
acredita serem "absolutamente necessárias".
"Este país estava em muito mau estado e teria sido uma catástrofe
para as próximas gerações se isso tivesse continuado", referiu.
A responsável da CE lembrou também o regresso de Portugal aos
mercados - sinal de que "as coisas estão na direcção certa" - e a forma
como a Europa ajudou o país "no momento em que não se conseguia
refinanciar sozinho".
Assinalou, porém, que "isso é solidariedade mas não é a solução. A
solução é a de que cada país seja capaz de se aguentar sozinho".
Sobre as manifestações de descontentamento entre os portugueses
quanto às políticas do Governo, salientou que talvez "as pessoas ainda
não vejam a luz ao fundo do túnel, mas têm de saber que os sacrifícios
que fazem são para o bem do país e Portugal sairá da crise mais sólido
do que antes".
A Comissão Europeia integra, juntamente com o Fundo Monetário
Internacional e o Banco Central Europeu, a troika de ajuda financeira a
Portugal.
* Gaspar, finalmente, também já reconhece... a asneira que tem defendido
.
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