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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Segurança Social vai gerir os dois fundos de proteção por despedimento
O Governo anunciou,
esta terça-feira, que a gestão dos dois fundos para a proteção de
trabalhadores despedidos com direito a indemnização que obrigarão as
empresas a descontar 1% das remunerações será gerida pela Segurança
Social.
A informação foi avançada aos jornalistas pelos
parceiros sociais e corroborada pelo ministro da Economia, Álvaro Santos
Pereira, após quase seis horas de reunião em sede de concertação
social.
A informação foi avançada aos jornalistas pelos parceiros
sociais e corroborada pelo ministro da Economia, após quase seis horas
de reunião em sede de Concertação Social.
A PINTA DO GESTOR |
"Faz todo o sentido uma
vez que a Segurança Social já tem experiência na gestão de fundos
similares, tem experiência na gestão da cobrança coerciva e também
porque vamos diminuir a carga burocrática das empresas e, neste sentido,
todos os parceiros sociais manifestaram o seu interesse neste modelo de
gestão", referiu o governante.
O ministro garantiu a
simultaneidade da entrada em vigor, quer do Fundo de Compensações em
caso de despedimento, quer do número de dias de indemnização por
cessação de posto de trabalho.
"Sempre garantimos, desde o
primeiro dia, que haverá simultaneidade na entrada em vigor das duas
propostas", frisou Santos Pereira.
O governante garantiu
igualmente a criação de medidas de incentivos à contratação "durante um
ano e meio" que poderá passar pela redução da Taxa Social Única (TSU) às
empresas que contratem desempregados inscritos nos centros de emprego.
Mas
o ministro não quis concretizar, dizendo que "haverá propostas dos
parceiros sociais" a serem consideradas para que este dossier esteja
fechado "o mais rapidamente possível".
"Será uma política ativa de
emprego de apoio à contratação, cujos detalhes estão ainda a ser
debatidos", rematou o ministro da tutela.
Este incentivo foi
reivindicado pelas duas confederações patronais, argumentando que as
empresas estão a atravessar momentos difíceis em termos de tesouraria.
"Se
o Governo garantir não aumentar os custos de contexto das empresas,
apoiamos a medida, se as empresas não tiverem apoio, a criação do fundo
representa um custo extra que as empresas não podem pagar neste
momento", afirmou o presidente da Confederação do Comércio e Serviços
(CCP), João Vieira Lopes.
Também o presidente da Confederação
Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, reivindicou mais apoios à
economia e à competitividade, sob pena de recusar a entrada em
funcionamento de ambos os fundos.
Referiu ainda que a CIP não pode "discutir o fundo sem discutir as indemnizações".
"Não podemos dar uma concordância porque carecemos de mais informação", rematou António Saraiva.
Do
lado das centrais sindicais, UGT e CGTP discordam entre si. "Este fundo
visa acima de tudo criar as condições para iludir os trabalhadores",
declarou o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.
Ao contrário,
o secretário-geral da UGT defende a sua entrada em vigor, mas discorda
da redução das indemnizações para 12 dias, conforme tem vindo a referir
João Proença. "Não é possível que haja um entendimento entre
trabalhadores e empregadores relativamente as 12 dias", afirmou,
reiterando não avançar para um acordo com o Governo caso este número não
seja revisto.
Já quanto aos fundos, as duas centrais estão em concordância quanto à sua gestão pela Segurança Social.
A
proposta do Executivo, a que a agência Lusa teve acesso, prevê a
criação de um Fundo de Compensação do Trabalho (FCT), cuja criação
estava prevista no Compromisso para o Crescimento, Competitividade e
Emprego, que será constituído com uma contribuição das empresas de pelo
menos 0,8% das remunerações e servirá para pagar até metade das
indemnizações por despedimento.
O Governo propôs também a criação
de um Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho (FGCT), de cariz
mutualista, que exige uma contribuição máxima de 0,2% e servirá para
pagar a parte das compensações não asseguradas pelo FCT e que as
empresas também não consigam pagar, devido a dificuldades de tesouraria
ou insolvência.
* Como compensação adicional os desempregados vão receber em Agosto uma miniatura da lambreta do sr. ministro para com ela idealizarem viagens até ao Copacabana Palace e quiçá beberem um "uísqui" com o ministro Relvas.
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