ESTA SEMANA NO
"VIDA ECONÓMICA"
Clientes atrasam o mais possível as reparações
Joaquim Rocha admite que no meio da crise ainda há aspetos positivos, como é o facto de os clientes pagarem atempadamente
As
oficinas de reparação automóvel atravessam um momento de extremas
dificuldades. Tendo em conta a situação de crise, o consumidor atrasa o
mais possível a reparação do seu automóvel e os reparadores têm de
adequar cada vez mais o preço à falta de poder de compra. “A crise tem
um enorme impacto neste setor de atividade, com as margens em quebra
continuada”, referiu à “Vida Económica” Joaquim Rocha, sócio-gerente da
oficina de reparação automóvel Joaquim Alves da Rocha.
Este associado da ARAN admite que os problemas são comuns a outros
setores de atividade, mas a crise acaba por se refletir de forma
imediata, na medida em que as pessoas prorrogam as reparações dos seus
veículos. Por outro lado, devido aos custos, tem-se notado uma quebra
acentuada nos quilómetros percorridos, o que faz com que exista um menor
número de automóveis a recorrer às oficinas. “O automóvel já não é
propriamente um bem de primeira necessidade.”
Um outro problema que se coloca tem a ver com o facto de as companhias
de seguros direcionarem os seus segurados para as oficinas que entendem,
o que faz com que muitos clientes sejam “desviados” para outras
empresas que não as por si desejadas. “A tudo isto há que acrescentar um
regime fiscal extremamente pesado, o que retira competitividade e leva a
que muitas oficinas não tenham condições para se manterem no mercado.
Aliás, com o fecho de várias unidades tem-se notado um aumento da
concorrência desleal, com antigos funcionários a abrirem oficinas de vão
de escada, sem qualquer tipo de controlo.”
Perante este cenário, Joaquim Rocha assume que é preciso estar no
mercado de uma forma diferenciadora. A política de preços tem de ser
adequada à capacidade dos clientes, é fundamental cumprir prazos e
desenvolver uma atividade de qualidade acrescida. Outro aspeto
importante é que os orçamentos realizados sejam cumpridos. Também é
essencial criar atrativos para captar clientes, não esquecendo a
fidelização dos já existentes. Os custos de atividade têm de ser
controlados o mais possível.
* Infelizmente não serão só as oficinas a fechar.
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