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Descontos até 80% continuam a aliciar portugueses em época de crise
O poder de compra das famílias tem vindo a baixar de forma
acentuada, mas a época de saldos com reduções que poderão chegar aos 80%
continua a despertar o interesse entre os portugueses que ainda
procuram algumas pechinchas.
“As coisas estão bastante mais baratas, as lojas baixaram bastante
os preços”, afirmou Sandra à agência Lusa - cujo apelido não quis
identificar -, que aproveitou a manhã de sábado para fazer algumas
compras na baixa de Lisboa.
Apesar de reconhecer que tem “menos dinheiro na carteira este ano”,
Sandra afirmou que continua a valer a pena comprar nesta altura do ano.
“Os saldos são muito aliciantes, os preços são mais acessíveis,
principalmente, nas grandes marcas” disse, por seu turno, Maria, que
confessou à Lusa ter começado “só hoje” a procurar peças de vestuário e
de calçado em época de saldos.
Segundo referiu, “nesta altura é francamente mais barato e compensa fazer compras agora”.
“Acho que este ano os preços estão mais baratos”, disse,
acrescentando que este não teve de esperar tanto pela redução dos
preços.
Já Luís, que por ali andava a passear, reconheceu que comprou “mais
barato” no início deste ano, mas gastando menos dinheiro face ao ano
passado: “Comprei mais barato, mas gastei muito menos porque não tenho
disponibilidade financeira”.
Hugo Ribeiro, que percorria a rua Augusta, em Lisboa, onde passeavam
mais turistas do que lisboetas, afirmou que aproveita esta época do ano
para comprar alguns presentes de aniversário. Quanto aos preços, disse
não ter sentido qualquer diferença face ao ano passado.
A Lusa tentou falar com vários comerciantes, mas todos recusaram,
sendo visível o ‘stock’ acumulado em várias lojas da baixa lisboeta.
A época dos saldos arrancou a 28 de dezembro, apenas três dias
depois do Natal, e mantém-se até ao final de fevereiro, mas não deverá
recuperar o negócio “nem sequer para o nível do ano passado” e ficará
marcada pelas liquidações para encerramento, antecipou à Lusa o
presidente da Confederação do Comércio e Serviços (CCP), João Viera
Lopes.
Apesar do “fraco padrão geral, porque o rendimento das famílias
baixou bastante”, a CCP espera “que se venda mais alguma coisa” durante
os saldos de inverno, que decorrem até 28 de fevereiro, mas não tem
dúvidas de que “não vai dar para recuperar o atraso do ano, nem sequer
para o nível do ano passado”.
Em mais uma época de saldos marcada pela crise, a CCP lamenta “a
deficiente gestão de expectativas, quer por parte do Governo, quer das
instituições internacionais”: “Estão sempre a falar em sacrifícios,
sacrifícios, sacrifícios e a sensação que temos é que as pessoas ainda
estão a gastar menos do que poderiam, tendo em conta a incerteza em
relação ao futuro”, afirmou Vieira Lopes.
* Mesmo com grandes descontos o movimento nas lojas é fraco e com poucos a comprar.
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