20/12/2012



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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS

"O senhor acha que está com a roupa indicada para vir ao banco?"

Paulo Ribeiro, o homem que não foi atendido ao balcão do Santander Totta de Celeirós, Braga, por estar mal vestido, promete levar o caso até às últimas consequências. O gerente da sucursal não quis prestar declarações ao JN. O banco já abriu um inquérito interno.
 Paulo Ribeiro, dono de uma sucata, nem queria acreditar quando o gerente da unidade bancária lhe disse que não podia levantar um cheque no interior da dependência. 

"Vinha do trabalho e passaram-me um cheque de 169 euros. Como o banco fica no caminho, decidi ir levantá-lo, mas fui posto na rua por estar mal vestido", lamenta o empresário, de 36 anos e natural de Figueiredo, Braga, reportando-se à manhã de terça-feira. 

"O gerente disse-me que pensava que eu era romeno. Isto é racismo", lembra, indignado com a situação, acrescentando ter pedido o livro de reclamações, o qual lhe foi inicialmente recusado. "Disse que só o dava depois de eu tomar banho e vestir outra roupa", acrescenta ainda. 

Ato contínuo, decidiu chamar as autoridades. A GNR foi ao local e tentou identificar o gerente do banco mas, segundo Paulo Ribeiro, sem êxito. "Disse que não se identificava e que se as autoridades quisessem identificar alguém que identificassem o banco".
A situação é perceptível no vídeo a que o JN teve acesso e onde se vê o gerente do banco entregar o valor do cheque em numerário a Paulo Ribeiro. "Acabei por ser atendido na rua. Ele foi lá dentro com o cheque e entregou-me, cá fora, o dinheiro", explica o empresário, que nunca tinha sido confrontado com semelhante atitude. "Isto nunca me tinha acontecido. Nem nunca pensei que fosse possível. Andamos a trabalhar e a pagar impostos para sermos tratados desta forma", frisa. 

Paulo Ribeiro avançou com uma queixa na GNR e fez uma exposição dos factos ao Banco de Portugal. "É preciso denunciar estes procedimentos. Não quero que aconteça a outro cidadão qualquer, independentemente de raça ou estrato social", alerta. 

A GNR de Braga confirma a queixa e o Santander Totta o caso. "De imediato, abriu-se um procedimento interno para apurar os factos que efetivamente ocorreram, processo esse que continua em curso", explica Cristina Dias Neves, da comunicação do Santander Totta. 

* O Santander Totta tem pelo menos um gerente xenófobo, mas a responsabilidade é do banco, foi a administração que o promoveu e qualificou como gerente, é responsável por todas as atitudes de qualquer funcionário sobre um cliente.

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