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Ministério da Saúde pede aos portugueses para recorrerem menos aos serviços
Secretário de Estado da Saúde apela à prevenção de doença para preservar a sustentabilidade do SNS. Nos próximos oito anos os fumadores vão deixar de ter espaço nos restaurantes e cafés.
O secretário de Estado da Saúde considera que os portugueses têm a
obrigação de contribuir para a sustentabilidade do Serviço Nacional de
Saúde (SNS), prevenindo doenças e recorrendo menos aos serviços.
“Se nós, cada um dos cidadãos, não fizermos qualquer
coisa para reduzir o potencial de um dia sermos doentes, por mais
impostos que possamos cobrar aos cidadãos, o SNS será, mais tarde ou
mais cedo, insustentável”, afirmou Fernando Leal da Costa, em entrevista
à Lusa.
Frisando que a manutenção do SNS é indiscutível para o
Governo, o secretário de Estado diz que “não basta” cobrar impostos e
que é necessário que os cidadãos comecem a ter uma atitude de prevenção
de doenças para que não precisem tanto dos serviços de saúde. “Numa
altura em que temos uma elevadíssima carga fiscal que nos é imposta pela
necessidade de manter os serviços públicos, é importante que a
sustentabilidade do SNS comece a ser encarada como obrigação de cada um
de nós”, adverte.
O porta-voz do Movimento de Utentes dos Serviços
de Saúde, Carlos Braga, ouvido pela TSF, acusa o executivo de
"insensibilidade social" e de querer "afunilar" cada vez mais o acesso
aos serviços de saúde. A TSF ouviu também o presidente da Associação
Protectora dos Diabéticos, Luís Correia, que diz compreender as
declarações do governante, mas alerta que a responsabilização deve ser
de ambas as partes – dos utentes e do Estado.
Os problemas ligados
ao tabaco, ao álcool e à diabetes tipo 2 (que é prevenível) representam
anualmente e em conjunto um encargo para o Estado de cerca de 800
milhões de euros. Individualmente, o tabaco representa um custo de 500
milhões, o álcool de 200 milhões e a diabetes tipo 2 de 100 milhões, só
em medicamentos. “Temos uma enorme margem potencial de poupança que está
muito nas mãos dos cidadãos”, sublinha Leal da Costa.
Na
prevenção dirigida ao público mais jovem, o Ministério da Saúde, em
conjunto com o da Educação e com associações de pais, vai promover uma
campanha nacional nas escolas para alertar para os malefícios do tabaco,
do álcool e também das novas drogas, realidades que têm preocupado
tanto autoridades como educadores.
Em relação ao álcool, o Governo
prepara-se para apresentar legislação que limita a venda de bebidas
alcoólicas a maiores de 18 anos e que restringe a sua comercialização em
bombas de gasolina ou lojas de conveniência durante o período nocturno.
Restaurantes sem espaço para fumadores
O
Ministério da Saúde está ainda a estudar a comparticipação dos
medicamentos para ajudar a deixar de fumar, ao mesmo tempo que vai
avançar com legislação para impedir os novos restaurantes e cafés de
terem espaços para fumadores. O secretário de Estado Leal da Costa
considerou que é necessário “criar condições” para que os fumadores que
querem deixar de fumar o façam. Por isso, os restantes restaurantes e
cafés terão um período de oito anos para eliminarem essas zonas.
A
Autoridade do Medicamentos (Infarmed) e a Direcção-Geral da Saúde
estão, por isso, a analisar o potencial terapêutico dos vários
medicamentos para cessação tabágica, que pode justificar, ou não, uma
comparticipação estatal à compra destes fármacos. Uma embalagem de um
destes remédios para um mês de tratamento custa acima de 40 euros.
“O
medicamento que possamos considerar passível de comparticipação terá de
ter o seu preço revisto. Terá de haver um compromisso por parte do
fabricante para uma necessidade de reajustamento do preço para que seja
compatível para o erário público”, refere Leal da Costa.
O
secretário de Estado admite que, agora, estes remédios são
“desproporcionadamente caros para o resultado pretendido”, vincando que
uma comparticipação estatal é um “caminho novo”, mas que deve ser
estudado.
Ainda para ajudar a deixar de fumar, o ministério quer
“criar e exponenciar” programas de ensino junto dos clínicos gerais para
amplificar as consultas de cessação tabágica nos centros de saúde.
Ao
nível legislativo, o Governo pretende avançar com uma alteração à lei
do tabaco, que está em vigor há quase cinco anos, para reduzir as
excepções à proibição de fumar nos espaços públicos.
Com uma lei
que elimina as zonas de fumadores dos espaços públicos, o Ministério da
Saúde acredita que ficam salvaguardados os direitos dos fumadores, os
clientes dos restaurantes e os seus trabalhadores.
Quanto ao preço do
tabaco, Leal da Costa assume que “não é suficientemente” dissuasor, mas
reconhece que, sem um preço europeu uniforme, não pode haver uma
diferença grande de custos entre os países para evitar o contrabando.
* O sr. Secretário de Estado demonstra uma grande falta de sensibilidade quando pede aos utentes para não recorrerem aos serviços.
A saúde preventiva nunca foi objecto de campanhas informativas sérias prolongadas no tempo, pelo que as pessoas recorrem quando estão mesmo doentes e têm dinheiro para pagar a taxa moderadora.
Não foram os utentes portugueses que inventaram a "gripe A" para negociatas de laboratórios/OMS, no dizer abalizado do prof. Miguel Oliveira da Silva a 12 deste mês e para o qual não houve contestaçã.
Para um médico de oncologia é um discurso desumano.
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