23/11/2012

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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Madeira/Mau tempo 
"Vulnerabilidades podiam ser menores se governo tivesse aprendido com tragédias" 

O investigador do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, Raimundo Quintal, afirmou esta sexta-feira que as vulnerabilidades da região poderiam ser menores se o Governo da Madeira tivesse aprendido com tragédias anteriores. 

"Num momento em que a Madeira poderá voltar a ser fustigada por chuvas e ventos fortes, é importante referir que as vulnerabilidades poderiam ser bem menores se o Governo Regional tivesse humildemente aprendido com o temporal de 20 de Fevereiro de 2010 e os incêndios de Agosto de 2010 e Julho de 2012", refere Raimundo Quintal num texto colocado na sua página do Facebook.
O geógrafo exemplifica com o estado em que se encontra o canal de escoamento da ribeira de Santa Luzia, entre as rotundas da Fundoa e dos Viveiros, e a degradação da mata entre o Monte e a Ribeira das Cales, no Funchal. "São apenas dois exemplos da negligência humana, que potencializa as catástrofes naturais", considera.
No texto, intitulado "Alerta vermelho" e que surge na sequência do aviso vermelho emitido pelo Instituto de Meteorologia para a região para o fim-de-semana, Raimundo Quintal refere que "se as condições atmosféricas evoluírem de acordo com as previsões, será impossível evitar, de todo, quedas de árvores, desabamentos e escorregamentos em vertentes, o extravasamento dos caudais torrenciais ou a destruição de coberturas de casas".
"O alerta vermelho significa 'situação meteorológica de risco extremo' e, por isso, no pouco tempo que falta para estarmos expostos à força bruta da natureza, temos todos de agir de forma a minimizar os efeitos", refere o responsável, ex-vereador na Câmara Municipal do Funchal.
Para o geógrafo, não se pode "ficar à espera dos serviços das câmaras para limpar as sarjetas, para desobstruir pequenas linhas de água, para colocar protecções nas portas de forma a evitar a entrada de água nas casas ou nos estabelecimentos comerciais, e reforçar ou retirar para lugar seguro folhas de zinco".
"As consequências da tempestade serão bem menores se todos os cidadãos seguirem à risca as recomendações da Protecção Civil emitidas através do serviço público de radiodifusão", declara, manifestando "um profundo desejo de que o mau tempo passe depressa e que os seus efeitos sejam insignificantes".

* A responsabilidade é das autoridades madeirenses que entre temporais pouco fazem pela prevenção.

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