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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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PME portuguesas são as menos
confiantes na economia
As PME da Zona Euro são as menos confiantes na economia global e também local. Brasil e Singapura surgem como os países onde os empresários se mostram mais optimistas. Apesar disto, apenas 15% dos inquiridos equaciona reduzir o número de trabalhadores e 6% fechar ou vender as empresas.
A confiança na economia mundial, por parte das PME (pequenas e médias
empresas), caiu de 43,95 pontos, em Março, para 42,59 pontos em
Setembro, deste ano. Os dados provêm de um estudo divulgado, esta
sexta-feira, pelo Grupo Sage e envolveu uma amostra de perto de 11 mil
PME de 15 países.
Os países da Zona Euro são os mais pessimistas
e Portugal regista a pontuação mais baixa, 35,36 pontos (abaixo dos 50
representa uma queda de confiança). Já o Brasil é o país mais optimista
no que respeita à economia global com 50,65 pontos.
Na Europa,
67% das empresas inquiridas reconhecem que a crise na Zona Euro teve
algum impacto no seu negócio. Em Portugal, este número ascende aos 93%,
seguido de Espanha onde 90% das empresas admite o problema.
Fora da Europa, Brasil e Singapura são os países em que mais PME referem ter sentido algum impacto ou impacto negativo desta crise, 73% e 71%, respectivamente.
Quanto ao futuro da Zona Euro, apenas 15% da amostra acredita que o
sistema continuará inalterado. A Irlanda é o país em que as empresas
mais crêem neste cenário (28%). Um “sistema a duas velocidades” parece
ser a concepção mais provável para as empresas inquiridas (40%). A
hipótese de uma desintegração total da Zona Euro apresenta-se como o
cenário mais crível para 7% dos inquiridos.
Apesar da falta de
confiança na economia global, 63% dos inquiridos afirmou que as suas
receitas aumentaram ou mantiveram-se inalteradas, nos últimos seis
meses. Outro dado positivo prende-se com o número de colaboradores: das
11 mil PME 82% mantiveram ou aumentaram o número de colaboradores.
Apenas 15% afirmaram que tentariam diminuir o número de postos de
trabalho.
As empresas portuguesas lideram as intenções de reduzir o número de trabalhadores (23%), seguidas da Irlanda (20%).
Quando se considera a economia local os países da Zona Euro como Portugal (23,55), Polónia
(38,18) e Espanha (31,7) ainda estão muito próximos do limiar de
confiança (50 pontos). Países como a Alemanha e a Áustria apresentam
melhores resultados, embora registem quedas significativas, de 52,08
para 47,94 pontos e de 53,04 para 45,30 pontos, respectivamente. A
contrariar esta tendência esteve o Reino Unido, onde se registou um aumento do indicador de 0,5 pontos para 45,44 pontos.
Nos outros continentes o cenário é misto. As PME do Brasil e de
Singapura mantêm-se confiantes nas suas economias tendo registado 56,97 e
53,88 pontos, respectivamente no índice de confiança local.
Observou-se um ligeiro declínio na confiança dos inquiridos quanto às
perspectivas das suas empresas, entre Março e Setembro de 2012. Ainda
assim os empresários mantêm-se optimistas. A situação não seja homogénea
em todas as regiões do globo.
Também neste indicador Portugal é
o país menos confiante marcando 41,06 pontos. Já o Reino Unido registou
o nível mais alto, desde Fevereiro de 2011, (a primeira edição deste
estudo) com 70,31 pontos.
Os temas que mais preocupam as PME são
a diminuição da confiança do consumidor (30%), o aumento dos custos de
energia, do combustível e das matérias-primas (47%) e a instabilidade
dos mercados locais (31%).
Na relação com os governos as
empresas queixam-se de falta de apoios para além da burocracia (43%) e
dos impostos (36%). Perto de sete em 10 empresas consideram o apoio dos
governos insuficientes (69%). Singapura é o único país a discordar, com
57% dos inquiridos do país a considerar este apoio suficiente.
O
director executivo do grupo Sage, Guy Berruyer, afirmou que “os níveis
de confiança na América do Norte, no Brasil, no Reino Unido, África do
Sul e na Ásia parecem estar a aumentar ou manter-se num nível semelhante
ao início do ano”.
Dos 11 mil PME inquiridas, apenas 6% afirmaram que iram fechar ou vender.
* Andamos tristes e cansados.
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