.
HOJE NO
"i"
"i"
Bancos apanhados a fintar
regras em 552 situações
Crédito à habitação foi alvo do maior número de recomendações. Depósitos lideram as queixas dos clientes
O comportamento das instituições financeiras revelou, no primeiro
semestre do ano, múltiplas violações das regras de conduta e dos deveres
de informação aos clientes, que estão a ocorrer nas mais diferentes
etapas da comercialização de produtos e serviços bancários, em que se
incluem a publicidade, preçários, depósitos bancários, crédito à
habitação e ao consumo, serviços de pagamento e livro de reclamações.
O Banco de Portugal decidiu actuar em 552 situações por via
sancionatória, emitindo 536 recomendações e determinações específicas e
instaurando 16 processos de contra-ordenação. Sempre que são detectadas
situações irregulares ou incumprimentos, o regulador emite recomendações
e determinações específicas, enquanto as violações graves são punidas
com a instauração de processos de contra-ordenação.
Cerca de 72% das recomendações destinaram-se a obrigar os bancos a
cumprir integralmente as regras em vigor e as restantes 28% exigiam
transparência nos deveres de informação aos clientes.
De acordo com o relatório intercalar da supervisão comportamental,
divulgado ontem pelo Banco de Portugal, o crédito à habitação tornou-se a
matéria alvo de maior número de recomendações (104 abrangendo 30
instituições), nomeadamente sobre os requisitos da ficha de informação
normalizada e o cumprimento dos deveres de assistência ao cliente na
fase pré-contratual. Foram ainda alvo de determinações situações em que
foi associada à contratação de crédito à habitação a venda facultativa
de produtos e serviços financeiros que não garantem, a todo o tempo, o
capital investido.
Ainda no pódio das matérias com mais advertências do regulador estão os
depósitos bancários (102 determinações) e os preçários (101).
Inspecções O regulador
fiscaliza as instituições através de “acções de inspecção, à distância,
nos balcões (sob a forma de “cliente mistério” ou credenciada) e
serviços centrais das instituições de crédito, além da análise de
reclamações dos clientes bancários”. Até Junho foram realizadas 2611
acções de inspecção, abrangendo preçários (776), depósitos bancários
(683), crédito a consumidores (477), serviços de pagamento (354) e
crédito à habitação (321).
Publicidade O supervisor
avaliou 2368 campanhas de publicidade de 56 instituições, tendo
“bloqueado” 51 por incumprimento das normas. A entidade liderada por
Carlos Costa sublinha “o uso indevido da expressão ‘o melhor do
mercado’, que tem vindo a ser mais frequente”.
Consumo No primeiro
semestre de 2012, 53 instituições celebraram 554 557 novos contratos de
crédito aos consumidores, numa média de cerca de 92 mil contratos por
mês, remetidos ao BdP para análise. Este número representa uma quebra de
quase 19% na celebração de novos contratos de financiamento para
consumo, ou seja, menos cerca de 129 mil que no mesmo período do ano
anterior, o que reflecte as maiores restrições da banca na concessão de
crédito.
Reclamações O supervisor
recebeu 7875 reclamações de clientes bancários, mais 7% que no período
homólogo de 2011. As contas de depósito destacam-se, com um aumento de
quase 21% que a média do ano anterior. Os depósitos, o crédito aos
consumidores e à habitação representam, em conjunto, cerca de 67% das
reclamações recebidas. As instituições estrangeiras, sobretudo o
Barclays e o Deutsche Bank, continuam a ser as que dão origem a mais
queixas. O BdP deu razão aos clientes em 56% dos casos encerrados no
primeiro semestre, obrigando os bancos a resolver a situação por sua
iniciativa ou determinação específica do supervisor.
* Gente séria...
.
Sem comentários:
Enviar um comentário