.
HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
RECUO NA TSU
A "embaraçosa" "volta de 180 graus"
do Governo corre o mundo
do Governo corre o mundo
O recuo do Governo na taxa social única e a decisão de avançar com um aumento impostos sobre o rendimento está a correr o mundo. "Embaraçosa", diz o FT. Coligação esteve em risco, escrevem Wall Street Journal e El País. Há uma nova fase na crise, comentam no Telegraph.
“A embaraçosa volta de 180 graus é uma das mais significantes tomadas
por um Governo da Zona Euro em resposta a manifestações contra as
medidas de austeridade requeridas por um programa de resgate
internacional”, escreve hoje o influente diário britânico Financial
Times, naquela que é, entre os jornais internacionais, a peça mais
crítica sobre a confusão política dos últimos dias.
O norte-americano Wall Street Journal, o principal corrente do FT na área financeira, também lhe chama “volta de 180 graus”,
considerando que as reacções populares e o recuo do Governo “mostram
como está a ficar cada vez mais difícil aos governos da Zona Euro com
problemas impor mais medidas de austeridade sobre uma população já em
dificuldades”
O El País, que dedica as páginas dois e três da sua
edição de hoje em papel à crise em Portugal, descreve o recuo do
Governo perante as criticas e os protestos da população, sindicatos e
patrões e descreve a redução da taxa social única para empresas como uma
“experiência social” que “de repente” fez com que “os portugueses, que
tinham aguentado estoicamente várias doses de medidas para converter o
país no melhor aluno da receita europeia anticrise, saíram para a rua,
colocaram-se educadamente numa praça e começaram a protestar”.
A Associated Press, citada pelo Washington
Post, diz que o recuo do Governo visou evitar uma nível de contestação
que “ameaçava tirar o programa de recuperação económica dos carris”, mas
vinca também que as propostas de ontem “foram recebidas sem entusiasmo”
por patrões e sindicatos.
Coligação em causa
Os
efeitos da crise política na coligação governamental também são notados
pelos três jornais. O El País vai mesmo mais longe e diz que a coligação esteve em causa:
“O aliado político do Governo, o CDS-PP, companheiro conservador do
partido de Passos Coelho, o PSD, no Governo e no Parlamento, lançou
sinais de aviso: ou se dava a volta atrás ou se acabava a coligação”,
lê-se num dos artigos publicados hoje, onde se vinca que “tal
dinamitaria a valiosa estabilidade política, o principal activo de
Portugal aos olhos da Europa (aos olhos da troika)”.
O Financial
Times, por seu lado, escreve que “algumas das criticas mais severas
chegaram de figuras sénior do seu próprio partido de social democrata”,
acrescentando que “Paulo Portas, o ministro dos Negócios Estrangeiros e
líder do conservador Partido Popular – parceiro de coligação – afirmou
que se argumentou contra a medida”.
O Wall Street Journal diz que
mais medidas de austeridade poderão encontrar problemas: “membros da
coligação de centro direita de Passos Coelho criticaram a medida,
aumentando as dúvidas sobre a capacidade do Governo de ter votos
suficientes no Parlamento para adoptar mais medidas de austeridade”.
Portugal entrou numa nova fase da crise
Ambrose Evans-Pritchard,
o atento comentador de assuntos económicos do britânico Telegragh diz
que não vai tão longe como Francisco Louçã ao afirmar que o Governo está
morto: “Deixo para os leitores portugueses deste blogue dizerem se é
assim, mas o que é claro é que Portugal está a entrar numa fase
completamente nova da crise”, escreve hoje no seu blogue.
Evans-Pritchard, diz que ninguém pode culpar o governo de não tentar seguir as recomendação do FMI
e Comissão, lembrando que a coligação tentou mesmo ir além da troika,
vinca que este é o momento em se percebe que “há forças maiores que os
Governos”: “Passos Coelho e os seus jovens acólitos estão agora cara a
cara com Portugal”.
O Financial Times também critica o Governo,
mas por ser demasiado tímido perante os protesto, e pede mais FMI: “A
decisão de deixar cair a medida para a Segurança Social
mostra quão tímido o Governo se tornou perante a pressão publica. O
programa de ajustamento português sempre teve Europa a mais e FMI a
menos. O Fundo precisa de manter Lisboa no rumo para evitar que se torne
outra Grécia”, lê-se no Lex, um espaço de opinião de eleição entre os
operadores de mercado.
* Temos um governo de acrobatas cujos exercícios de exibição parecem correr bem, mas trabalham sem rede isto é, para além da intriga sem ideias fundamentadas a não ser a do saque continuado, acabam por se estatelar, como não têm nem pudor nem vergonha continuam "democráticamente" a governar.
..
Sem comentários:
Enviar um comentário