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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Malparado cai, famílias reduzem depósitos e banca diminui
financiamento à economia
O crédito malparado dos particulares diminuiu, em Maio, pela primeira vez em cinco meses. O volume dos novos depósitos caiu e a banca emprestou menos 270 milhões às famílias e empresas.
A banca emprestou, em Maio, 4,05 mil milhões de euros às famílias e empresas portuguesas, menos 6,25%, ou 270 milhões de euros, do que no mês anterior, de acordo com os dados do Banco de Portugal. Quando comparado com igual período do ano passado, a queda dos novos financiamentos é de 16,71%, ou 813 milhões de euros.
A quebra dos novos financiamentos foi observada quer no caso das famílias quer no das empresas.
A banca tem vindo a reduzir o financiamento à economia devido à conjuntura.
Com a crise financeira e consequente crise de dívida europeia o acesso da banca portuguesa ao mercado para se financiar tornou-se uma missão quase impossível. Assim, o recurso ao Banco Central Europeu (BCE) acaba por ser o único veículo para se financiarem. E, de facto, a exposição da banca nacional à autoridade monetária cresceu para níveis nunca vistos, em Junho, superando os 60 mil milhões de euros.
Já o crédito malparado entre as famílias portuguesas caiu, em Maio, pela primeira vez em cinco meses, sobretudo devido à descida observada no crédito à habitação. Entre as empresas continuou a subir, atingindo um novo máximo histórico.
O crédito malparado entre os particulares caiu de 3,60% do total, em Abril, para 3,52%, em Maio, de acordo com os dados preliminares divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal. No total, os bancos têm 4,8 mil milhões de euros em crédito malparado de particulares. Já as empresas são responsáveis por 9,4 mil milhões de euros. Entre as empresas, o incumprimento continua a subir, tendo atingido, em Maio, os 8,5%, o que também corresponde ao valor mais elevado desde que há histórico (Dezembro de 1997).
No que respeita aos depósitos, famílias e empresas depositaram menos dinheiro nos bancos durante o mês de Maio. A queda das novas operações é de 2,3 mil milhões de euros.
Os bancos portugueses receberam 17,65 mil milhões de euros em depósitos das famílias e empresas, uma descida de 11,56%, ou 2,3 mil milhões de euros, face ao mês de Abril, e de 4,46%, ou 824 milhões quando comparado com igual período do ano passado.
* O crédito mal parado diminuíu porque:
- As famílias entregaram os seus bens para pagar as dívidas e não têm dinheiro para nada.
- Não há novos negócios, os bancos só emprestam aos ricos ou a quem hipoteque todo o património.
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