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HOJE NO
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Primeiro acordo para renegociar PPP permite poupar 400 milhões na
concessão Pinhal Interior
Acordo de princípio está a ser finalizado e reduz a construção de vias e manutenção. Financiamento será renegociado numa segunda fase
O Estado já chegou a um acordo de princípio, o primeiro, para rever em
baixa os encargos com as parcerias público-privadas (PPP). O memorando
de entendimento com a concessionária do Pinhal Interior deverá ser
assinado nos próximos dias e vai permitir uma poupança da ordem dos 400
milhões de euros em construção e manutenção.
Esta semana foram fechadas as principais linhas orientadoras de um
acordo cuja formalização dependerá agora da verificação no terreno dos
montantes de poupança negociados em relação à execução. Haverá ainda que
obter luz verde do sindicato bancário da concessão. Para já, a Estradas
de Portugal, que é dona da concessão, não comenta e o Ministério da
Economia não respondeu até ao fecho da edição.
O acordo no Pinhal Interior, concessão adjudicada à Ascendi, representa
a primeira fase das negociações entre o Estado e os privados para
reduzir a factura pública das PPP. Esta fase, iniciada no ano passado,
corresponde à redução do objecto da concessão, quer a nível de
construção e obras em vias, quer na manutenção. A principal poupança –
mais de metade – foi conseguida na construção, sendo que o troço de
auto-estrada previsto deverá ficar pelo caminho.
Já a componente de financiamento das PPP será objecto de renegociação
numa fase posterior. Os encargos financeiros das PPP são o segundo maior
custo destas concessões (ver texto ao lado) e envolvem não só o Banco
Europeu de Investimento, como bancos internacionais.
O Pinhal Interior foi a última concessão a ser adjudicada pelo governo
de Sócrates em 2010 e tinha, por isso, uma menor taxa de execução no
terreno (menos de 30% no final de 2011), o que facilitou o entendimento.
As economias conseguidas representam quase metade dos mil milhões de
euros que o governo queria cortar nesta fase da renegociação. As
concessões da Edifer (Litoral Algarve e Baixo Alentejo), que também têm
uma execução baixa, estão atrasadas face ao contrato, mas o acordo não
estará tão avançado, tal como nas concessões da Brisa.
Sobretaxa sobre pagamentos
Mais complexa promete ser a renegociação das ex-Scut, a ponto de o
governo estar a ponderar a criação de uma sobretaxa sobre as PPP. Esta
possibilidade foi referida pelo ex-presidente do PSD, Marques Mendes, na
sexta-feira passada, na TVI, e está, de acordo com a edição de ontem do
“Jornal de Negócios”, a ser equacionada no Ministério da Economia, que
não foi possível ouvir até ao fecho da edição.
Embora o enquadramento legal seja duvidoso face aos contratos assinados
com as concessionárias, abrindo o caminho a pedidos fundamentados de
reequilíbrio financeiro, esta solução tem adeptos. A ideia seria criar
uma espécie de contributo extraordinário de solidariedade que recaísse,
por exemplo, sobre os pagamento por disponibilidade feitos pelo Estado.
Este regime protege a maioria das concessões rodoviárias do risco de
tráfego. São estes encargos de 600 milhões de euros este ano, e onde as
Scut têm a maior fatia, que pesam no défice e que por essa via poderiam
ser reduzidos, sem esperar pela renegociação contratual. A sobretaxa já
foi tentada na energia, mas não passou. Só que nas PPP quem paga a conta
é o Estado, enquanto na luz são os consumidores.
* Era importante averiguar quem foram os responsáveis que negociaram as PPP's, com custos lesivos para o estado e incriminá-los.
Os novos acordos minimizam alguns custos, mas o que já se pagou aos tubarões do betão é um escândalo.
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