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FMI: bons resultados do início do ano deveram-se a fatores temporários
O Fundo Monetário
Internacional (FMI) avisou hoje que os bons resultados registados nos
primeiros três meses deste ano foram provocados por fatores temporários,
como as medidas criadas pelo Banco Central Europeu (BCE). Desta forma, o
crescimento menos negativo do que o esperado que Portugal teve no
primeiro trimestre poderá ter sido corrigido nos três meses seguintes. A
fraca recuperação do mercado de trabalho é uma das principais
preocupações do Fundo.
"Nos
últimos três meses [segundo trimestre de 2012], a recuperação mundial,
que já não era forte, mostrou sinais de maior enfraquecimento. A pressão
nos mercados financeiros e sobre os países periféricos zona euro
cresceu, para perto de níveis de final de 2011", escreve o FMI na
atualização intercalar do Global Economic Outlook.
Segundo
o Fundo, o crescimento da economia mundial no início do ano surpreendeu
pela positiva, "principalmente devido a fatores temporários, entre os
quais uma melhoria das condições financeiras e uma recuperação da
confiança, em resposta às operações de financiamento de longo prazo do
Banco Central Europeu (BCE)".
No
entanto, os indicadores do segundo trimestre têm sido mais negativos. O
FMI refere que a criação de emprego continua estagnada, com taxas de
desemprego muito elevadas, "principalmente entre os jovens da periferia
da zona euro", da qual Portugal faz parte.
Ainda
acerca das economias periféricas, o FMI refere que elas têm sido "o
epicentro de uma escalada ainda maior da pressão nos mercados
financeiros, provocada por cada vez maior incerteza política e
financeira na Grécia, problemas no setor bancário espanhol e dúvidas
sobre a capacidade dos governos de executarem o ajustamento orçamental e
as reformas, bem como até que ponto os parceiros comunitários estão
dispostos a ajudar".
A saída de
capitais e o aumento das taxas de juro da dívida voltaram acelerar no
segundo trimestre, contagiando os bancos, o que faz com os efeitos
estabilizadores das medidas do BCE tenham perdido eficácia. Além disso,
"indicadores económicos avançados prevêem uma renovada contração da
atividade na zona euro no segundo trimestre".
* Na práctica não estamos na mesma que há um ano atrás, estamos pior!
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