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Patrão da Cofina e alto quadro do BES também eram clientes de Canals
A rede de clientes do arguido Michel Canals, antigo responsável da UBS, atingia vários empresários
O i confirmou que o nome de Paulo Fernandes, o patrão da Cofina, empresa detentora do Correio da Manhã, também consta da lista de clientes de Michel Canals, o ex-gestor de contas do banco suíço UBS para o mercado português que foi constituído arguido na passada sexta-feira.
Um porta-voz de Paulo Fernandes contactado pelo i desmentiu que o accionista maioritário da Cofina seja cliente da empresa Akoya Asset Management – suspeita de lavagem de dinheiro – mas confirmou que Paulo Fernandes conhece Michel Canals.
Além de Paulo Fernandes, o i apurou que Morais Pires, alto quadro do Banco Espírito Santo, também está na lista de clientes de Michel Canals. O i contactou um assessor do BES para obter uma reacção de Morais Pires, o que não foi possível até ao fecho desta edição.
A rede de branqueamento de capitais de Michel Canals foi detectada durante as investigações da Operação Furacão e está a ser investigada há mais de um ano pelo Ministério Público.
Segundo o Correio da Manhã, também Duarte Lima, que também foi constituído arguido neste processo, e Oliveira e Costa utilizaram os serviços do suíço Michel Canals, que tinha relações estreitas com o BPN.
Na sexta-feira, o juiz Carlos Alexandre ordenou a prisão preventiva do suíço Michel Canals, de José Pinto e Nicolas Figueiredo (dois portugueses residentes na Suíça, quadros da empresa Akoya Asset Management) ficando obrigado a pagar uma caução de 200 mil cada um.
O quarto arguido é um intermediário residente em Portugal, residente no Porto, que tem a alcunha de “Zé das Medalhas”, por ter um negócio ligado a medalhas.
A fraude de lavagem de dinheiro agora desmantelada pode chegar, nas contas do Ministério Público, pode chegar ao mil milhões de euros.
A rede de Michel Canals operava a partir da Suíça, e tinha ligações ao BPN de Cabo Verde. Os investigadores acreditam que a rede era utilizada por empresários, advogados e políticos.
Michel Canals geria as contas conjuntas de Lúcio Tomé Feteira e da sua companheira Rosalina Ribeiro e também de Duarte Lima (acusado pela polícia brasileira de ter assassinado Rosalina Ribeiro).
A rede foi detectada na investigação da Operação Furacão, iniciada em 2004 pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal.
* Dêem mais meios à nossa investigação para os crimes de colarinho branco poderem ser punidos, bem razão tem a procuradora Maria José Morgado.m
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