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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Disfunção eréctil :
Portugueses têm vergonha
de pedir ajuda
A esmagadora maioria dos Portugueses tem vergonha de discutir assuntos do foro sexual com o seu médico.
Segundo um estudo internacional patrocinado pela Lilly e realizado pela agência de estudos de mercado SKIM Healthcare, não é por isso de estranhar que a Internet seja a principal fonte de informação em caso de dúvida e que Portugal se revele o país com menor taxa de utilização de medicação para o tratamento da disfunção eréctil.
A Disfunção Eréctil atinge 52% por cento dos homens entre os 40 e os 70 anos. Entre casos pontuais e permanentes, com origem física ou psicológica, calcula-se que cerca de 500 mil Portugueses sofram desta doença.
Neste sentido, sob o mote “Não fuja do problema. Peça ajuda”, a Lilly lança uma campanha mundial sobre a doença.
A acção passa-se em torno de um casal preso em cima de uma árvore que recusa a ajuda de todos os que por lá “passam” de uma forma ou de outra, até que finalmente aceita a ajuda de um médico.
Um beco sem saída – esta é a metáfora para o problema da Disfunção Eréctil e vai ser assim um pouco por todo o mundo.
Em Portugal, a campanha tem o apoio da Sociedade Portuguesa de Andrologia e da Associação Portuguesa de Urologia, as duas principais sociedades científicas da área.
Jorge Rocha Mendes, presidente da Sociedade Portuguesa de Andrologia, refere que “os números são reveladores e mostram que ainda há uma grande percentagem de homens com dificuldade em assumirem e exporem o problema da Disfunção Eréctil”.
Para os Portugueses, o médico é mesmo o último recurso. A preferência vai para a Internet, com 46%, para os livros, com 28%, para as revistas (18%) e para o cônjuge (14%). Só depois vem o médico, com 12% de procura.
A faixa etária mais cibernética é a dos 34 aos 45 anos, com um número de mulheres ligeiramente mais alto do que o dos homens no que toca à pesquisa online (47% vs. 45%).
Em Portugal, esta realidade bem notória também se reflecte na toma de medicação: 95% dos homens inquiridos afirma nunca ter feito qualquer tratamento para a Disfunção Eréctil, um número superior aos 84% registados a nível mundial.
O presidente da Sociedade Portuguesa de Andrologia deixa, contudo, um alerta: “No que diz respeito à Disfunção Eréctil, os doentes precisam de um diagnóstico médico que lhes assegure que vão fazer o tratamento mais adequado à sua situação. Não tenham vergonha nem fujam do problema. Procurem-nos e peçam ajuda. Apesar do estigma e da vergonha associados, hoje sabemos que é possível tratar com êxito a grande maioria das situações de Disfunção Eréctil. Os avanços registados nos últimos anos vieram facilitar o tratamento e, consequentemente, a vida dos homens que sofrem desta doença”.
* A vergonha é fruto duma educação sexual deficiente ou inexistente. A maior parte dos homens que têm hoje mais de quarenta anos nunca debateram com os pais o tema da sexualidade, aprenderam na rua e mal, por isso os conhecimentos que transmitem aos filhos não hão-de ser de grande qualidade. Relativamente às adolescentes, que também aprendem na rua, o aumento de gravidez indesejável está sempre a aumentar.
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