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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Famílias devolveram 26 casas por dia
aos bancos desde Janeiro
Falta de pagamento levou banca a penhorar 2.300 habitações, mais 74% do que no primeiro trimestre do ano passado.
A banca penhorou 26 casas por dia desde o início deste ano por falta de pagamento quer das famílias quer das construtoras e imobiliárias. De acordo com os dados da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP), os portugueses entregaram 2.300 casas nos três primeiros meses deste ano, o que equivale a 26 casas por dia. O valor representa um aumento de 74% face ao período homólogo. Recorde-se ainda que no ano passado o número era de imóveis entregues por dia chegou aos 19.
Os dados reflectem o incumprimento de famílias e empresas que, sem possibilidades de pagamento, são obrigadas a entregar casas e terrenos à banca como dação em pagamento. Para o presidente da associação, Luís Lima, os valores surpreendem pela dimensão anunciam um ano difícil. "Quando as famílias desistem de pagar, é mesmo porque já não têm alternativa", explica. De facto, o crédito à habitação é, por norma, o último que as famílias deixam de pagar. E o cenário macroeconómico nacional explica este comportamento: "É o resultado directo da falência de empresas e do desemprego", acrescenta Luís Lima.
No primeiro trimestre do ano, o maior aumento deu-se no sector das empresas e imobiliárias e não tanto nas famílias, embora estas sejam ainda as maiores responsáveis pelos imóveis entregues em dação em pagamento, segundo Luís Lima. De acordo com os dados mais actualizados do Banco de Portugal, referentes a Fevereiro, o incumprimento situava-se nos 1,92%, um máximo histórico. Em 2011, 12.280 famílias deixaram de pagar a prestação da casa, para um total de 139.875 famílias. Em 2010 tinham sido 2.218, o que significa uma subida superior a 450%. Cada um destes lares tem cerca de 17 mil euros de dívidas em atraso relativas ao pagamento da prestação da casa.
* São 2 mil e 366 casas até 31 de Março. A banca estimulou o consumo de casa própria até à exaustão, vendeu muito dinheiro a bom preço, teve muito lucro e agora "saca" o que pode aos mais frágeis. Tudo isto com a benção do governo.
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