12/04/2012

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HOJE NO
"PÚBLICO"

 Retalhistas pagaram mais de 300 milhões em quatro anos em comissões de cartões 

 Entre 2007 e 2010 as empresas da distribuição pagaram mais de 318 milhões de euros pela utilização de terminais de pagamento electrónico. Nesse período, o valor mais alto foi atingido em 2010, ano em que as taxas de serviço ao comerciante somaram 85.229 milhões de euros, 85% dos quais destinados aos bancos emissores dos cartões.


 O valor, avançado esta manhã pela Associação Portuguesa das Empresas da Distribuição (APED), é superior aos últimos dados concretos divulgados pelos retalhistas. 
 Em 2006, as comissões pagas pelos comerciantes que, na altura, eram associados da APED rondaram os 65 milhões; em 2002 este montante ascendeu os 95 milhões de euros. 
Há largos anos que o sector reclama uma descida das taxas cobradas pela utilização de cartões de crédito e de débito e, em 2003, chegou mesmo a avançar com uma queixa junto da Autoridade da Concorrência contra a Visa, a Unicre e a SIBS por alegadas práticas restritivas de concorrência e cobrança de comissões “excessivas”. Seguiram-se denúncias semelhantes apresentadas pela Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) em 2004 e, finalmente, pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) em 2007.

 Sete anos depois da primeira denúncia, o regulador decidiu arquivar todas as queixas mas deu início a um processo de supervisão do mercado dos sistemas de pagamento, tendo em conta as evoluções que, entretanto, se verificaram no sector. Agora, a APED revela que recorreu judicialmente da decisão de arquivamento. Para Ana Isabel Trigo Morais, directora-geral da APED, “os montantes pagos pelas empresas portuguesas, muito superiores à média europeia, traduzem para os comerciantes nacionais custos acrescidos que prejudicam a sua competitividade e rentabilidade, situação que se está a agravar no actual contexto de crise económica”. 

A grande distribuição garante que as taxas de cartões de pagamento em Portugal são das mais caras da Europa, “apresentando o valor mais elevado num conjunto de 13 países europeus com índices de uso de cartões comparáveis”. 

De acordo com um estudo divulgado esta manhã, as taxas são 2,7 superiores à média europeia nas operações a débito e custam 2,1 vezes mais nas vendas a crédito.


* Banqueiros ao assalto!!!


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