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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Estudo aponta o dedo à CP pela
baixa procura na linha do Oeste
Documento diz ainda que a estrutura tarifária que se pratica penaliza a linha, uma das escolhidas para a supressão do transporte de passageiros.
Um estudo encomendado pela Câmara de Caldas da Rainha ao especialista em engenharia ferroviária, Nelson Oliveira diz que a CP é a principal culpada pela redução de procura da linha do Oeste, uma das escolhidas pelo actual Governo para a supressão do serviço de passageiros.
Segundo o autor, “estudando a evolução da oferta prestada pelo operador CP ao longo dos anos deparamo-nos com uma variação quase anual do seu padrão, seja em número de serviços, seja em tempo de viagem, não permitindo criar confiança e hábitos de utilização na procura”.
O autor explica que “o serviço de passageiros prestado pelo operador CP na linha do Oeste, no seu troço a norte das Caldas da Rainha, está – há décadas – desfasado das principais correntes de tráfego na região, sendo esta a essencial razão para a baixa procura que se regista. As estatísticas e estudos realizados sobre o assunto comprovam a evidência de que as deslocações da população das regiões servidas pela metade norte da linha do Oeste são em esmagadora maioria no sentido de Coimbra e não para a Figueira da Foz”.
E dá um exemplo. “Quando em finais de 2006 o operador procedeu a uma alteração mais profunda na oferta ferroviária, melhorando – ainda que muito ligeiramente – o serviço de Caldas a Coimbra, se registou entre 2007 e 2009 um aumento total de passageiros neste troço de 12%, essencialmente devido ao acréscimo de procura para Coimbra”.
Além disso, Nelson Oliveira critica a estrutura tarifária da CP, que, “penaliza fortemente viagens que obriguem à utilização de diversos comboios para efectuar um determinado trajecto, dentro ou para fora da linha do Oeste, face a viagens na mesma distância, e com maior conforto e rapidez, que utilizem um único segmento”.
O documento afirma que “a nível de infra-estrutura ferroviária, a linha está, na generalidade, em muito boas condições de conservação e, mesmo com patamares de velocidade actualmente não superiores a 120 km/h, permite dar uma resposta concorrencial com o modo rodoviário, o que é caso único entre as linhas onde foi decidida a supressão do tráfego de passageiros”.
Para Nelson Oliveira o principal problema da linha do Oeste prende-se com o material circulante “automotoras datando originalmente de 1954 e 1965, modernizadas entre o final da década de 1990 e o início da década de 2000" com prestações a nível de conforto, capacidades de aceleração e velocidade máxima "muito inferiores ao que presentemente se utiliza na generalidade dos países europeus em serviços similares e não permitem tirar todo o partido da infra-estrutura”.
* Só mesmo um asno, ou mesmo o substantivo colectivo, é que não entende que uma linha de comboio para o Oeste moderna e apelativa dará lucro. A administração da CP não entendeu ou foi obrigada a não entender para se privilegiar os imperadores do betão.
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