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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Aumento de vagas em lares
visa "maximizar lucros"
e agrava "desigualdades"
A Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos considera que o aumento das vagas nos lares, anunciado pelo governo, visa "maximizar os lucros" das entidades privadas e responder a "dificuldades" das instituições sociais, agravando as desigualdades.
O governo anunciou que vai aumentar em cerca de 10 mil as vagas nos lares de idosos, passando de 60 para 120 o número de residentes em cada instituição e subindo o número de pessoas por quarto.
"A promessa de criação de mais 10 mil vagas é feita, não através de investimento público na criação de novos equipamentos, mas pondo em causa o direito à privacidade e a condições de bem-estar e de qualidade para os atuais e futuros residentes", critica a Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos (MURPI) em comunicado.
Por outro lado, alerta, não é garantida a admissão de mais trabalhadores nas instituições onde aumenta a lotação de idosos.
"Em vez de se apostar na criação de uma rede pública de apoio à terceira idade que dê resposta cabal às inúmeras carências nesta área de respostas sociais, este Governo, através de medidas economicistas, procura rentabilizar os espaços e os custos, sacrificando ainda mais os direitos dos idosos", sustenta.
Para a MURPI, esta decisão "visa maximizar os lucros das entidades privadas e responder a dificuldades das entidades de solidariedade social que intervêm nesta área", facilitando e agravando as desigualdades sociais.
"Esta solução, não só abre caminho à flexibilização de regras e normas regulamentares quanto à ocupação do espaço, como favorecerá menor vigilância e atenção à qualidade do serviço prestado, maior risco de saúde pública, num quadro em que são conhecidas muitas situações em que não são asseguradas condições adequadas de internamento", vinca.
A confederação recorda que o acesso aos lares é feito através do pagamento de mensalidades elevadas para a generalidade dos idosos e suas famílias, realçando que isto "tem criado uma situação de exclusão de acesso de muitos idosos que não podem pagar as mensalidades".
"Com desfaçatez, pompa e circunstância, o Governo procura fazer crer que encontrou solução para dezenas de milhares de idosos que se encontram em lista de espera, vivendo em condições difíceis e pouco dignas", sublinha.
Para a confederação, esta política está a "impor profundo retrocesso no direito a envelhecer com dignidade" e a "potenciar graves injustiças sociais e de perigosos fenómenos", como a elevada mortalidade verificada em duas semanas de fevereiro ou o aumento das situações de carências alimentar, as dificuldades na aquisição de medicamentos ou a impossibilidade de ir ao médico.
"A política de 'inovação social' deste Governo é bem um retrato de regressão social ao favorecer os asilos e 'as sopas do Sidónio' dos séculos XIX e XX, com a propaganda de abertura de mais cantinas sociais", afirma a MURPI, que exige "soluções justas e equitativas" que respeitem os mais carenciados.
* Com uma nova e maior vaga de fome que se aproxima vão ver que os portugueses serão autorizados a comer em todos os parques e jardins públicos do país, relva!!!
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