16/03/2012

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HOJE NO
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 Governo gastou 160 mil euros por mês em viagens até final de 2011
 Nos primeiros 231 dias de governação, executivo realizou 246 viagens. Quase metade foram para Bruxelas

 “We’ll always have Brussels.” Esta bem pode ser a frase final de qualquer governo ou governante em final de mandato. É o destino de eleição – ainda que não por escolha própria – dos principais decisores políticos do país, seja para o beija--mão seja para participar em dezenas de reuniões ministeriais. Esta predilecção forçada por Bruxelas é bem notória no relatório dos primeiros meses das viagens realizadas pelo executivo de Pedro Passos Coelho. Foram 92 as vezes em 213 dias que a capital belga foi visitada por secretários de Estado ou ministros deste governo. Um ritmo que significa que, dia sim dia não, há uma visita do executivo a Bruxelas. O rei das visitas a esta cidade é, claro está, o ministro das Finanças – ou um dos seus secretários de Estado – que, entre Junho e Dezembro de 2011, por 29 vezes visitou aquela cidade: mais de quatro vezes por mês, ou uma vez por semana. Culpa, provavelmente, das cimeiras sempre-decisivas-que-nunca-o-são. Segundo um apanhado feito pelo gabinete do primeiro-ministro – que só foi elaborado após muita insistência dos deputados do Partido Socialista e obrigou inclusivamente à intervenção da presidente da Assembleia da República [ver texto ao lado] –, o governo gastou, entre Junho e Dezembro do ano passado, 1 125 829 euros em deslocações ao exterior e despesas daí decorrentes, fruto de mais de 240 viagens realizadas por ministros ou secretários de Estado. Um ritmo de 160 mil euros e 34 viagens/mês. O gabinete do primeiro-ministro, com um total de 17 viagens realizadas durante os meses em questão, foi o que mais gastou para se deslocar a Madrid, Varsóvia, Bruxelas, São Tomé e Príncipe, Brasília, Paraguai ou Luanda, entre outros destinos. Passos Coelho precisou de quase 368 mil euros para financiar estas deslocações – ou 21,6 mil euros por visita –, valor bem acima das verbas gastas por outros gabinetes. Apesar de o maior orçamento até ao momento ser de Passos Coelho, é o ministério de Paulo Portas que lidera no total de deslocações: foram 58 viagens em sete meses e um gasto total de 291,4 mil euros – pouco mais de 5 mil euros/deslocação. Taco-a-taco pelo segundo lugar estão Vítor Gaspar e Assunção Cristas, tanto no total de viagens como nos gastos por deslocação, por culpa das repetidas visitas que ambos fazem a Bruxelas. As Finanças realizaram 42 deslocações e gastaram quase 67 mil euros, enquanto a Agricultura gastou 66 mil euros para 40 viagens – mais de 20 das quais à Bélgica [ver em baixo os valores gastos por cada ministério ou secretaria de Estado]. Económica Vs. Executiva Em relação à forma de deslocação dos ministérios, a classe económica foi a escolha predominante da maioria dos gabinetes, à excepção do primeiro-ministro e de Paulo Portas que, nas viagens em que tal informação foi detalhada, recorreram sempre ao Falcon F50 da Força Aérea. Já nas Finanças, a austeridade é mesmo uma ordem. A opção pela classe económica dominou quase todas as 42 viagens realizadas – mesmo as de longo curso como a Washington, para a reunião anual do Banco Mundial –, havendo, contudo, duas deslocações em que não é especificada a classe. Já na Economia, a escolha foi outra: as cinco viagens de longo curso, de um total de 19 feitas pelo ministério, foram todas com direito a lugar na executiva. 


* O que espanta não é o valor da despesa, mas a verdadeira subserviência em relação a Bruxelas que faz o governo lá ir dia sim dia não, ajoelhar ante a oligarquia europeia. Vergonhosamente lacaios!!! 


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