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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Mesa dos portugueses perde qualidade
O consumo de leite caiu no final de 2011. O de marisco também.
A estrutura de custos das famílias portuguesas não se tem alterado substancialmente nos últimos anos: os gastos em bens alimentares fixaram-se nos 18,9% dos gastos totais - quando, no ano anterior, pesavam 18,5% (nunca chegaram, desde 2006, a baixar dos 18,1%). Já a aquisição de bens duradouros (automóveis, mobiliário, equipamento audiovisual, fotográfico e informático e equipamentos domésticos, entre outros) sofreu um corte sensível ao longo de 2011, ano em que o seu peso se fixou nos 7,9% da despesa total, contra os 9,6% do ano anterior - de onde resulta uma quebra de quase de 18%. Por outro lado, a despesa com bens correntes não alimentares e serviços (vestuário e calçado, despesas com electricidade, água, luz e combustíveis, produtos farmacêuticos, artigos de uso pessoal, livros e jornais, entre outros) manteve-se em níveis semelhantes, tendo passado de um peso de 71,9% em 2010 para 73,2% em 2011.
Mas se a estrutura de custos não foi substancialmente alterada - a sua rigidez é, no mínimo, tão grande quanto a de um Orçamento de Estado - os dados coligidos pela Fundação Francisco Manuel dos Santos apontam para algumas conclusões mais ou menos óbvias.
A primeira é que a mesa dos portugueses está um pouco mais pobre. O indicador mais claro é que tem a ver com o consumo de leite: no quarto trimestre de 2011, a variação homóloga (face ao mesmo período do ano anterior), foi negativa em 4,5%, querendo isso dizer que os portugueses consumiram menos leite nos três últimos meses de 2011 que em Outubro, Novembro e Dezembro de 2010.
Já o consumo de carne não sofreu uma variação negativa: aumentou 4,8% no quarto trimestre de 2011 - mas tinha aumentado 12% no quarto trimestre de 2010 face a 2009. Por outro lado, verifica-se que o consumo de bovino (a carne mais cara) aumentou muito pouco (mais 0,8%), enquanto que o suíno (a mais barata) subiu bem mais: 9,1%.
No peixe, o movimento é mais ou menos o mesmo: o consumo geral aumentou 9,4% no quarto trimestre de 2011 face a 2010; mas o consumo de marisco caiu 5,8% e o de bacalhau aumentou apenas 1,4%.
A mesa continua farta, mas a qualidade está a diminuir.
* Aguardemos pelos dados do primeiro trimestre de 2012 para verificar o trambolhão!
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