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Quadros da Refer arguidos no Face Oculta ganham 3000 euros/mês e não trabalham
Empresa suspendeu de funções e instaurou processos disciplinares a dois dos seus funcionários envolvidos no processo. Ambos estão há mais de um ano em casa a receber salário.
Dois dos seis quadros ou ex-quadros da Refer - Rede Ferroviária Nacional que são arguidos no processo Face Oculta estão suspensos enquanto decorre um processo disciplinar na empresa com intenção de despedimento, mas continuam a auferir os seus salários que ultrapassam os 3000 euros ilíquidos por mês.
Carlos Paes de Vasconcellos (acusado de um crime de corrupção passiva) e José Magano Rodrigues (a quem a acusação imputa dois crimes de participação económica em negócio) são os únicos funcionários da Refer envolvidos neste processo que ainda continuam vinculados à empresa pública, responsável pela gestão da rede de infra-estruturas ferroviárias do país.
O primeiro estava afecto à Direcção de Construção da Linha de Cascais e está suspenso desde Outubro de 2010, recebendo o salário e tendo levado consigo o carro de serviço, o qual só devolveu à empresa depois de lhe terem aparecido em casa responsáveis da Direcção de Segurança da Refer acompanhados de elementos da PSP. O segundo pertencia à Zona Operacional de Conservação do Porto e tinha poder de decisão sobre as intervenções a efectuar na infra-estrutura e sobre o que era ou não considerado sucata, decisões essas que influenciavam o destino de milhares de toneladas de carril.
Como ambos estão pronunciados pela prática de crimes ocorridos no decurso das suas funções, a Refer instaurou-lhes processos disciplinares. Segundo fonte oficial da empresa, "estes trabalhadores encontram-se suspensos preventivamente, com as inerentes consequências decorrentes da lei", devendo a suspensão manter-se até à conclusão dos respectivos processos disciplinares.
* Também queremos ser corruptos, dá estatuto.
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