23/02/2012



HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

Patrão de português abandonado à morte
. tentou calar a viúva

O dono da empresa que contratou o operário português abandonado à morte após um acidente de trabalho terá oferecido 10 mil euros à viúva de António Nunes Coelho, a troco do silêncio da mulher sobre a morte do marido e para evitar uma queixa na polícia.

António Nunes Coelho estava a fazer um biscate numa obra quando teve um ataque cardíaco. Em vez de chamar assistência, o dono da empresa é suspeito de ter abandonado o corpo numa ruela em Uccle.

Para tentar abafar o sucedido, o responsável pela obra terá oferecido 10 mil euros à viúva da António Nunes Coelho, de forma a evitar que a viúva apresentasse o caso à polícia. "Nunca iria aceitar aquele dinheiro sujo", disse Lurdes Nunes. "Estou muito satisfeita com o trabalho da polícia. Deixaram-no morrer e desfizeram-se dele como se fosse um cão", afirmou ao "La Dernière Heure" (DH).

António Nunes Coelho, de 49 anos, trabalhava há 12 na Bélgica. Estava em situação legal no país, mas ficou desempregado. Estucador de profissão, aceitou fazer um biscate num feriado belga, a 11 de Novembro de 2011. Sofreu um ataque cardíaco e caiu de um andaime.

Possivelmente com receio das multas, os responsáveis pela obra evitaram chamar assistência médica e optaram por livrar-se do corpo de António Nunes Coelho. Terão conduzido durante duas horas, mas acabaram por abandonar o corpo numa rua de Uccle, a cerca de três quilómetros do local do acidente.

"Felizmente, este tipo de situações não é muito frequente, mas, efectivamente, de vez em quando encontramos este tipo de problema. Após um acidente de trabalho, principalmente na construção civil, os empregadores que contratam alguém ilegalmente tentam esconder o sucedido", revelou Henri Funck, auditor do trabalho de Bruxelas, em declarações ao canal RTL.

"Isto pode conduzir a penas de prisão de três meses a três anos de prisão e a multas que podem ascender a 36 mil euros", explicou Henri Funck. À ocultação do acidente, acrescem os processos penais: falta de assistência a pessoa em perigo, homicídio involuntário e omissão de cadáver.

Segundo o jornal "La Dernier Heure", a polícia localizou o patrão da obra, um homem presumivelmente português, Victor Correia Narciso, que admitiu ter recorrido a um angariador de mão-de-obra, que identificou como Carlos Pinto da Silva.

O dono da empresa EG Batineuf refutou as acusações. "É uma m...", terá dito Victor Narciso, revelando que os polícias lhe haviam contado que o operário já estaria morto, conta o "La Derniere Heure". A autópsia revelou que o português, natural do Ervedal, no concelho alentejano de Avis, ainda estava vivo quando foi abandonado.

Victor Narciso terá dito ao DH que tinha acordado pagar 500 euros a Carlos Silva por três dias de trabalho. O alegado angariador pagaria a António Nunes Coelho a 22 euros à hora.

Desempregado, António Nunes Coelho, aproveitou o biscate para ganhar algum dinheiro. Tinha pendente no Tribunal de Trabalho, em Bruxelas, um processo por despedimento abusivo, que viria a ser-lhe favorável. Recentemente, o tribunal deu-lhe razão e condenou a empresa a pagar uma indemnização de 14 mil euros. A companhia recorreu.


* Dentro ou fora de portas a maioria dos patrões portugueses tratam os seus empregados como "carne para canhão" e depois sentam-se que nem anjos à mesa da Concertação Social.


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2 comentários:

Anónimo disse...

Este individuo é natural de Ourém

MAGDA PATOLÓGICA disse...

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