HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"
'É preciso manter dádivas '
Presidente do IPS recorda que é necessário
continuar doações, para evitar picos seguidos
de quebras que não beneficiam os «stocks».
O presidente do Instituto Português do Sangue (IPS) pediu, ontem, que os portugueses mantenham a dádiva de sangue durante todo o ano, para evitar picos seguidos de quebras que não beneficiam os «stocks». Questionado sobre a reação dos portugueses após o alerta da redução das reservas de sangue, Hélder Trindade disse que 'reagiram muito bem', já que perceberam a necessidade de 'serem solidários', mas não adiantou se estas são agora suficientes. 'Houve um aumento, se são ou não suficientes vamos continuar a analisar nos próximos dias', afirmou.
Na quinta-feira, Hélder Trindade disse que as reservas de sangue dos grupos A e 0 negativos eram, na altura, suficientes para 'dois ou três dias', apelando aos dadores de sangue que voltem a doar. As dádivas de sangue baixaram, então, em cerca de 20 por cento na sequência de notícias sobre o desperdício de plasma em Portugal, disse na quinta-feira o secretário de Estado adjunto da Saúde, Leal da Costa, em Lisboa.
Contrariamente ao habitual, ontem o IPS esteve aberto em Lisboa, Porto e Coimbra, podendo vir a estar também aberto no próximo domingo se for necessário continuar com as recolhas de sangue. No entanto, o responsável afirmou que, mais do que uma resposta em massa neste momento, é preciso que os portugueses deem sangue regularmente. 'Agora pode haver uma forte adesão e a seguir uma quebra. Peço que as doações se mantenham', apelou Hélder Trindade.
Quanto aos motivos da quebra verificada na semana passada, o responsável disse que é habitual registar-se uma quebra em fevereiro, admitindo que este ano se intensificou. Hélder Trindade afirmou que o fim da isenção do pagamento das taxas moderadoras das urgências hospitalares pelos dadores pode também ter sido um motivo para a redução, mas destacou que estes cidadãos continuam isentos nos serviços primários e que se pretende sobretudo 'dadores benévolos',
Atualmente há em Portugal 370 mil dadores de sangue, um número considerado 'confortável', pelo presidente do IPS, acrescentando que o Instituto 'gosta de ter stocks estáveis para 20 a 25 dias', 'Não gostamos de fazer isto, mas tivemos de dar o alerta antes de haver uma rutura', afirmou Hélder Trindade, explicando porque se assumiu a necessidade de apelar a mais doações.
O ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, foi, ontem, dar sangue aos Instituto Português do Sangue no Hospital Júlio de Matos, em Lisboa.
* Haja "um" ministro que dê sangue por Portugal, Mota Soares, não é um herói mas um exemplo para a classe política.
O fim da isenção das taxas moderadoras para os dadores de sangue é verdadeiramente ridículo. A poupança não dá para cobrir as despesas de remodelação de gabinete dos secretários de Estado e a sua frota automóvel, e, ainda não se verificou que o seu desempenho tenha trazido algum benefício ao país.
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