14/02/2012



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"JORNAL DE NOTÍCIAS"

Namorar na era das redes sociais

O namoro, hoje, é mais fácil na aparência, na exibição do que é sentido. As redes sociais fazem-no parecer mais aberto: o contacto permanente, uma maior proximidade, um "gosto" à vista de todos, músicas e fotos partilhadas, mensagens cifradas para todos lerem, mas só para alguns perceberem. Mas, no fundo, é vivido da mesma forma fechada de sempre, a dois.

O namoro entre os jovens de hoje parece mais sofisticado, mas não é. Porque, na essência, ama-se, sofre-se e vivem-se as relações segundo as mesmas normas e aspirações de tantos namoros adolescentes ao longo dos tempos. "Quem viveu antes não sabe o que é viver hoje", avisa a psicóloga Gabriela Moita.

"Os jovens, hoje, guardam os mesmos medos e inseguranças, desejam a mesma exclusividade, ser únicos no pensamento do outro", por muito que pareçam "cool" e liberais nas manifestações públicas. "Desejam o mesmo, o bom continua a ser bom e quando corre mal vive-se igualmente mal".

Apesar dos "likes", das sms e dos murais apaixonados que fazem o namoro tecnológico, as emoções vêm do tempo de Gutenberg. "Os jovens vivem o namoro, hoje, segundo o discurso sobre o que são as relações e o que devem ser, de acordo com visões estereotipadas que apontam uma forma melhor que outra", explica Gabriela Moita.

Amor testado pela ciência

Amor, prazer, tristeza, raiva, desespero, pena, alegria são os sentimentos associados ao namoro, enformados segundo silogismos seculares, do tipo do "se se gosta, é para sempre" ou "não é possível apaixonarmo-nos por duas pessoas ao mesmo tempo" ou "se me amas fazes isto" ou "se me amas dizes aquilo".

"O pior e o melhor dos namoros não mudaram, começar e acabar uma relação são sentidos da mesma forma", conta a psicóloga. "Os fins das relações são mal vividos porque os jovens não são educados para esse fim", considera. "Se gostas de mim é para sempre" é o que vão ouvindo e acreditando até ao final do primeiro "para sempre" que ouviram.

As crises de ansiedade e as pernas a tremer, por muito que pareçam cena de filme romântico, são reacções fisiológicas do amor, atestadas pela ciência. O que acontece na mente e no corpo quando uma pessoa se apaixona motivou uma ampla investigação científica, que tem vindo desvendar a importância de uma série de hormonas produzidas por gente apaixonada.

Taquicardia, pernas a tremer, estômago embrulhado, falta de sono e de apetite; tudo sintomas das maleitas de amor, que remetem para um imaginário romântico, dos livros ou dos filmes, mas que a ciência vai desbravando e comprovando.


* O Dia dos Namorados cientificamente...


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