08/11/2011



HOJE NO
"PÚBLICO"

40% não comparam custos 
do crédito na banca
Mais de metade dos portugueses não compara juros ao fazer poupanças

Mais de metade dos portugueses (56%) que poupam não fazem qualquer comparação das remunerações praticadas pela banca antes de aplicarem o seu dinheiro, revela um inquérito do Banco de Portugal à literacia financeira dos portugueses.

Por outro lado, ao pedirem empréstimos estão um pouco mais atentos à taxa de juro cobrada ou outros custos, com apenas 40% a não fazerem comparações. No entanto, também 40% desconhecem as comissões que o banco lhes cobra pela conta.

Perto de 54% dos entrevistados escolheram os produtos bancários que detêm em primeiro lugar devido ao conselho dado ao balcão dos bancos, e apenas 8% referiram a comparação entre produtos.

Cerca de 11% dos portugueses com mais de 16 anos não têm qualquer conta bancária, quase metade não fazem poupanças e apenas um quinto poupam numa perspectiva de médio ou longo prazo, revelam ainda os resultados do inquérito do Banco de Portugal.

A esmagadora maioria (88%) dos que não poupem invocam a falta de rendimento como a razão determinante, numa população em que 29% dos que têm conta não têm qualquer outro produto financeiro.

O Banco de Portugal, que tinha apresentado a 18 de Outubro uma síntese preliminar destes resultados, considera que eles são “um importante instrumento na identificação das áreas prioritárias de intervenção”, no âmbito da sua estratégia de promoção da formação financeira, lê-se numa nota do governador, Carlos Costa, no início do estudo.

Os resultados poderão contribuir para “uma concepção mais adequada das futuras iniciativas regulamentares” no âmbito das funções do banco central nacional.

Os resultados do Banco de Portugal baseiam-se numa amostra de 2000 entrevistados com idade a partir de 16 anos, com respostas obtidas em inquéritos conduzidos porta-a-porta em todo o país entre Fevereiro e Março de 2010, com 96 questões de escolha múltipla.

A amostra foi estratificada segundo sexo, idade, região NUTII, situação laboral e nível de escolaridade, e terá um erro médio de 2,2% para uma probabilidade de 95%.


* A acção pedagógica que tem emanado da banca é a de ensinar os portugueses a endividarem-se. Desejamos que o sr Governador do Banco de Potugal promova a publicação do manual "Como escapar ao Enredo dos Banqueiros"

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