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Governador do Banco de Portugal
diz que Europa precisa de 'bomba atómica' para resolver problemas
de liquidez
O governador do Banco de Portugal defendeu hoje que a Europa precisa de uma 'bomba atómica' para atacar problemas de liquidez dos países, antes que se tornem questões de solvência, demonstrando também preocupação pelo "enfraquecimento" da Comissão Europeia.
"Não podemos ignorar que um problema de liquidez se pode converter num problema de solvência. É absolutamente decisivo dispor de armas para intervir na fase em que o problema é de liquidez. (...) A lógica destes instrumentos tem a mesma conceção de uma bomba atómica. Quanto mais forte for, menor será o seu uso", disse Carlos Costa, durante uma conferência hoje em Lisboa, onde esteve presente o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
O governador do Banco de Portugal explicou que, a seu ver, a criação de um instrumento financeiro forte não serve o seu propósito de forma isolada, mas depende também da criação de um quadro institucional, que preveja regras e a forma de as tornar efetivas, para que os países cumpram em termos de finanças públicas.
Carlos Costa sublinhou ainda a sua preocupação pelo enfraquecimento da Comissão Europeia (da qual se reconhece como particular defensor), para a qual reclama um papel central, e a necessidade de uma ação do Conselho Europeu.
"É preciso disciplina de uns no sentido de serem mais virtuosos, mas é precisos que a virtude de outros não se torne num fator negativo. É preciso organizações que assegurem a sua observância. Gostaria de salientar que vejo com alguma preocupação o enfraquecimento da Comissão Europeia. A Comissão tem de ocupar o centro deste jogo", disse.
O líder do Banco de Portugal diz também que o Conselho Europeu terá ficado durante muito tempo "sempre atrás dos acontecimentos", em termos de conceção da resposta, e que o desafio que se coloca agora ao Conselho é de "conceber, de uma vez por todas, as instituições, os instrumentos e as regras" necessárias para o bom funcionamento da União Económica e Monetária.
"O tempo é de urgência, e o tempo de urgência não se compadece com o tempo de negociação de um tratado. Se não soubermos dar resposta aos desafios com que estamos confrontados, o problema não é só dos periféricos, passa a ser da Europa", diz.
* A verdade é que a UE não passa actualmente de um embuste. O espírito esfumou-se e o eixo franco-alemão quer consolidar a sua hegemonia com todos os outro países a girarem tal qual planetas em volta do sol.
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