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Pobres são mais simpáticos
e honestos que os ricos
e honestos que os ricos
Aos olhos de uma criança, os pobres parecem
mais simpáticos, mais poupados e mais honestos
do que os ricos, segundo os resultados preliminares
de um estudo nacional sobre consumo e
poupança que inquiriu 245 alunos do 1º ciclo.
mais simpáticos, mais poupados e mais honestos
do que os ricos, segundo os resultados preliminares
de um estudo nacional sobre consumo e
poupança que inquiriu 245 alunos do 1º ciclo.
Entre Fevereiro e Julho deste ano, uma equipa de investigadores coordenada por uma especialista do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) entrevistou meninos entre os oito e os 12 anos de duas escolas do 1º ciclo com contextos socioeconómicos "muito diferentes": a escola pública na Penha de França e os Salesianos do Estoril.
"Às crianças de ambas as escolas, uma pessoa pobre parece ser mais simpática, mais poupada e mais honesta do que uma pessoa rica. As crianças dos Salesianos têm uma visão mais idealista da pessoa pobre do que as crianças da Penha de França, para quem o dinheiro é mais importante para a felicidade e a conquista de amizades, mas não para a sua própria amizade", lê-se no sumário da investigação sociológica sobre consumo e poupança das crianças do 3º e 4º ano.
O estudo coordenado pela investigadora do ISCSP Raquel Barbosa Ribeiro conclui que oito em cada dez meninos, independentemente da sua escola, não acredita que conseguisse viver sem dinheiro.
Mas a principal utilidade do dinheiro varia consoante o meio social: os alunos da Penha de França entendem que a principal utilidade é pagar contas de água e electricidade, porque é "uma preocupação que ouvem muito aos pais", enquanto os meninos dos Salesianos consideram que a principal utilidade do dinheiro é a poupança.
Seis em cada dez crianças acredita que os ricos são mais felizes (61%) e mais de metade (51%) acha que quem trabalha muito é recompensado.
Mais de 90 por cento das crianças recebe dinheiro, seja de forma regular ou esporadicamente. As crianças dos Salesianos recebem mais que as da Penha de França, mas os valores são aproximados: 18 euros na Penha de França e 22 euros nos Salesianos.
Nas duas escolas, mais de 70 por cento acredita que a melhor forma de ter dinheiro é tendo um trabalho.
Poupar é uma palavra que pertence ao vocabulário e atos de 73% dos alunos da Penha de França e 90% dos Salesianos. Se bem que os meninos da Penha de Franca acabam mais vezes por entregar aos pais as suas poupanças enquanto os dos Salesianos têm mais o hábito de os guardar no mealheiro.
Os meninos da Penha de França (42%) usam o dinheiro para ajudar a família, enquanto 37 por cento dos Salesianos guardam o dinheiro, "sem o gastar nem doar".
Entre a maioria das crianças (60 por cento) existe a ideia de que é preciso portar-se bem ou ter boas notas para ser premiado financeiramente, sendo mais comum entre os Salesianos a ideia de que não precisam fazer nada.
Além das crianças, os investigadores inquiriam também os seus encarregados de educação e os pais garantiram não haver "tanta exigência como a que é declarada pelos filhos, especialmente quanto a ter que ajudar nas limpezas ou nas compras" para receber dinheiro.
* A verdade é que os pobres não têm dinheiro para ser corruptos.
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