HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Clínicas recusam doentes de hepatite
Onze clínicas de diálise em todo o País, da empresa NephroCare, vão encerrar até ao final deste mês as salas de tratamento aos doentes com hepatite B. A denúncia partiu do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), e o Ministério da Saúde, através da Inspecção--Geral das Actividades em Saúde (IGAS), está a investigar o caso. A empresa promete um esclarecimento para hoje.
O SIM refere que as clínicas NephroCare enviaram ofícios às várias administrações regionais de Saúde a informar que "a partir de Novembro os portadores de hepatite B devem ver as ARS diligenciar a transferência para unidades de hemodiálise alternativa". Uma medida classificada como "absolutamente louca do ponto de vista ético e técnico, tendo por base a contenção de custos a que as empresas de diálise se auto-submeteram após a redução do preço compreensivo imposto por despacho".
A NephroCare tem clínicas em Ponte da Barca, Braga, Maia, Vila Nova de Gaia, Santa Maria da Feira, Viseu, Guarda, Coimbra, Lisboa, Barreiro e Faro.
Fonte do Ministério da Saúde explica que foi "aberto um processo de investigação" para saber se "há violação de acordos".
O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, afirmou ao Correio da Manhã que "este é um exemplo de como o Estado está refém de interesses dos privados, estando a sofrer as consequências que não podem colocar em risco o Serviço Nacional de Saúde nem a qualidade e o adequado tratamento aos doentes".
João Rodrigues, da Federação Nacional dos Médicos, afirma que as "convenções com o Estado não discriminam os doentes". O mesmo responsável salienta ainda ser "difícil de acreditar que há médicos envolvidos na recusa de tratamento".
* Quando a saúde não é mais do que uma negociata...
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