23/10/2011


ALVITO
DISTRITO DE BEJA




Caracterização do Concelho

Alvito é uma vila pertencente ao Distrito de Beja, região do Alentejo e subregião do BaixoAlentejo, com cerca de 1 400 habitantes.

É sede de um município com 260,93 km² de área e 2 708 habitantes (2004), subdividido em 2 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Viana do Alentejo, a leste por Cuba, a sul e oeste por Ferreira do Alentejo e a oeste por Alcácer do Sal.

Alvito tem uma área aproximada de 136,39 Km2 e 1 630 habitantes (2001). Apresenta-se segundo uma forma irregular apoiada pelas EN nos 257 e 258, que para além do papel importante na organização estrutural do agregado urbano, fazem a ligação aos concelhos limítrofes.

Vila Nova da Baronia é uma freguesia do concelho do Alvito, com 124,54 km² de área e 1 328 habitantes (2001). Outrora foi chamada Vila Nova de Alvito, Vila Nova a par de Alvito e Vila Nova a par de Viana, tendo recebido o actual nome no século XVIII, por fazer parte dos domínios do barão de Altivo. Foi vila e sede de concelho entre 1280 e 1836. Era constituído apenas pela freguesia da sede e tinha, em 1801, 704 habitantes.
É servida pela EN no 383, que assegura as ligações às vilas limítrofes de Alvito, Viana do Alentejo,

Torrão e Odivelas. A estação ferroviária de Vila Nova da Baronia desempenha um papel importante como factor de desenvolvimento, sendo uma das poucas a ser servida por comboios intercidades.

O clima desta zona interior Sul do País apresenta forte feição mediterrânea. Esta traduz-se nomeadamente em precipitações relativamente baixas e concentradas no Inverno, temperaturas médias altas, amplitudes térmicas elevadas, humidade relativamente baixa, nebulosidade baixa e insolação e radiações elevadas no Verão.

Geologicamente, o Concelho de Alvito, situa-se no limite entre os terrenos antigos antemesozoitos, pertencentes ao bordo ocidental do Maciço Hespérico, na parte Sudoeste da zona de Ossa-Morena, e os terrenos mais modernos mesocenozóicos que constituem a orla ocidental, localmente representados pelas formações cenozóicas da bacia do Sado.

Localização

O Concelho de Alvito encontra-se situado na região do Baixo Alentejo, mais exactamente no distrito de Beja.

Gentílico Alvitense
Área 264,81 km²
População 2 720 hab. (2009[1])
Densidade populacional 10,27 hab./km²
N.º de freguesias 2
Presidente da
Câmara Municipal
Não disponível
Fundação do município
(ou foral)
1280
Região (NUTS II) Alentejo
Sub-região (NUTS III) Baixo Alentejo
Distrito Beja
Antiga província Baixo Alentejo
Orago Nossa Senhora da Assunção
Feriado municipal Quinta-feira de Ascensão
Código postal 7920 Alvito
Endereço dos
Paços do Concelho
Não disponível
Sítio oficial C.M. Alvito
Endereço de
correio electrónico

A sua situação geográfica permite-lhe fácil acesso quer por rede rodoviária, quer por rede ferroviária.
A linha ferroviária que serve o concelho disponibiliza os serviços de comboios intercidades e regional, que fazem a ligação entre Lisboa e Beja. Neste dois pontos cruzam-se outras linhas da rede ferroviária vindas de diversos pontos do País. Em Beja faz-se a ligação à linha do Algarve estabelecendo assim uma ponte de ligação a esta região do País.

Quanto às vias rodoviárias é de referir que a vila de Alvito se encontra localizada a 173Km de Lisboa, a 37Km de Beja, a 43Km de Évora, a 198Km de Faro, a 147Km de Badajoz (Espanha).
O melhor percurso rodoviário, vindo de Lisboa é pela A2 (Ponte 25 de Abril) ou pela A12 (Ponte Vasco da Gama), seguindo para a A6 em direcção a Évora. Depois, deverá seguir pela EN254 até Viana do Alentejo, para depois finalizar com a passagem pela EN257 até Alvito.

Síntese Histórica de Alvito

Os testemunhos mais antigos que se conhecem da presença humana no concelho remontam ao neolítico, existindo vários vestígios que nos asseguram a presença do Homem durante a idade do cobre, a idade do bronze e a idade do ferro.
Largo do Rossio

A ocupação intensa levada a cabo pelos romanos fez-se sentir logo no início do século I, subsistindo ainda vários testemunhos desta presença, de que são exemplos as villae de S. Romão, de S. Francisco e Malk Abraão.

Também visigodos e muçulmanos ocuparam estas antigas villae, dando continuidade à ocupação romana.

Conquistada pelos Portugueses em 1234, em 1251 a povoação é doada a D. Estêvão Anes, chanceler-mor do reino, por D. Afonso III e pelos Pestanas de Évora. A partir desta data, sobretudo através da acção do Chanceler, procede-se ao seu repovoamento, passando Alvito a ser uma povoação com dimensões consideráveis para a época.

Em 1279 morre D. Estêvão Anes, ficando a vila em testamento para a Ordem da Santíssima Trindade, a qual lhe concede carta de foral, idêntica ao de Santarém, a 1 de Agosto de 1280. Tal foral viria a ser confirmado por D. Dinis em 1283. Em 1387, D. João I doa Alvito a D. Diogo Lobo, em troca dos bons serviços prestados na batalha de Aljubarrota (1385) e na conquista de Évora aos espanhóis (1387), ficando a vila ligada à história desta família ao longo de todo o período que durou o regime monárquico.
Grutas

A 24 de Abril de 1475, D. Afonso V concede ao Dr. João Fernandes da Silveira, esposo de D. Maria de Sousa Lobo, o título de Barão, passando Alvito a ser a «cabeça» da primeira baronia instituída em Portugal. Nesta época já a povoação desfrutava de um crescimento acentuado, fruto da conjuntura favorável em que o reino se encontrava e que permitiu um forte crescimento populacional em todo o país.
Tal crescimento teve fortes repercussões na economia da vila, dado que Alvito passa a ser um dos principais centros político- económicos de todo o Alentejo, durante o período moderno, tendo quase 1700 habitantes e 364 fogos, segundo as estatísticas do senso de 1527. Este facto justifica o esplendor que se pode observar em muitos monumentos: Castelo, Igreja Matriz, Igreja da Misericórdia, Igreja de Nossa Senhora das Candeias, bem como na representatividade da arte manuelina de Alvito.
Postal antigo da Praça da República
Na época de transição do séc. XVIII para o séc. XIX, o crescimento e prosperidade de Alvito estagnam, começando o seu declínio a partir de meados do séc. XX, sobretudo durante as décadas de 60 e 80.
Apesar disso, esta localidade patenteia ainda a riqueza de outrora, revelada através da beleza dos seus monumentos e da grandiosidade da sua história.
Alvito é pois, um concelho onde ruralidade e monumentalidade se encontram para desenhar os caminhos do futuro.

PERCURSOS

Alvito Manuelino
" Alvito é uma curiosa vila Alentejana que conserva quase intactas as suas construções manuelinas, entre as quais avulta o castelo maciço e imponente. 
Foi povoação de algum relevo e ponto de referência bastante nomeado do Alentejo, servindo até o seu topónimo para distinguir, de outras vilas do país, as de Viana e de Vila Nova da Baronia, porque tanto uma como a outra foram antigamente mais conhecidas por Viana de a par de Alvito e Vila Nova de Alvito.
Apesar de tão velho uso, que muito divulgou o nome da povoação, do aspecto arquitectónico do castelo e do grande número de peças quinhentistas dispersas pela vila, que embelezam as portas e janelas do seu modesto casario e reflectem o acentuado empenho que então houve em adoptar nas construções a feição manuelina, ligeiras são as referências que os cronistas e escritores até hoje lhe fizeram.
Portal Manuelino

Merece, porém, que se lhe consagrem uns momentos de atenção pelo cunho característico da sua arquitectura, embora sumária e muito sóbria, mas cuja forma decorativa reveste um aspecto especial nesta vila afastada e tão pequena”.

In A Arte Manuelina na Arquitectura de Alvito, de Luiz de Pina Manique, 1949.

O Município de Alvito aprovou em Outubro de 2007, um Programa de Requalificação de Portais Manuelinos, que prevê a substituição, reparação ou conservação de portas ou janelas instaladas em portais manuelinos ou de reconhecido interesse patrimonial.

A Rota de Sant’Águeda
O Percurso dá a conhecer uma das mais belas regiões da planície Alentejana.
Vila Nova da Baronia, freguesia do Concelho de Alvito, apresenta passeios e história dignos de registo.
A Praça da República, com o seu Pelourinho, é o ponto de partida para este percurso, que concilia a paisagem humanizada e o património edificado, com a paisagem natural e o património rural.
Destacam-se ainda no centro histórico, alguns monumentos como a Capela de Nª Sr.ª da Conceição e a Igreja Matriz de Nª. Sr.ª da Assunção.
A paisagem de planície vai depois apresentado as suas surpresas e particularidades: trilhos com sombras e riachos, veredas com rouxinóis, garças, peneireiros e coelhos, caminhos com alecrim e rosmaninho e algum sobro e azinho.
O ponto culminante do percurso é a seiscentista Ermida de Santa Águeda (que dá nome a esta Rota). Neste local, somos convidados a momentos de aprazível repouso em harmonioso convívio com o edifício religioso e com a paisagem envolvente.

Rota do Fresco
SPIRA – Revitalização Patrimonial, Vila Nova da Baronia
Pinturas Alentejanas por descobrir
O Projecto Rota do Fresco pretende democratizar o acesso ao património cultural e natural do Alentejo e promover o seu conhecimento. 
Para isso, foram criadas diferentes Rotas, Experiências temáticas e Programas através dos quais se pode aceder a património arquitectónico usualmente fechado, assistir ao vivo às tradições etnológicas, provar a gastronomia regional e perceber a paisagem envolvente. E sempre partilhando a descoberta de uma pintura mural – um “fresco”: o tesouro desconhecido do Alentejo.

Baseado numa rede de parceiros locais proprietários de património, entidades públicas, comerciantes, associações de desenvolvimento local – o Projecto Rota do Fresco tem por objectivo promover o desenvolvimento sustentável do território abrangido e a preservação do seu legado cultural.
Cada visitante Rota do Fresco contribui assim activamente para a preservação deste património uma vez que parte das receitas reverte para o desenvolvimento de programas de valorização e obtenção de mecenato / patrocínio para a conservação desta herança cultural comum. A Rota do Fresco também se encontra disponível para pessoas com mobilidade reduzida.

ALGUNS MONUMENTOS

Castelo de Alvito
É um solar fortificado do século XV, raro em Portugal. As dependências organizam-se em redor de um pátio central, com características da arquitectura militar e habitacional. 

Destaca-se a Torre de menagem e alguns panos de muralha. Na base, integra-se um silhar almofadado de época romana. Sobre o portal do castelo-alcáçova encontram-se as armas dos marqueses de Alvito. Tem janela geminada e arcos de ferradura rendilhada.

Edifício dos Paços do Concelho de Alvito
Neste edifício da época manuelina destaca-se a torre coroada por merlões, numa reminiscência da arquitectura militar. 

É de salientar, ainda, a abundante utilização de pilastras nos cunhais encimadas por pináculos.

Ponte do Azinhal no Alvito
Ponte de tabuleiro rampante sobre três arcos de volta perfeita. Ponte romana de reconstrução medieval. 

É apenas pedonal dadas as características do tabuleiro estreito e de rampas inclinadas. por baixo passa a ribeira de Vila Nova da Baronia.



Igreja de Nossa Senhora da Assunção / Igreja Matriz de Alvito
Igreja construída no final século XV, passou por diversas obras de ampliação nos séculos seguintes. Este templo reúne vários estilos, do gótico ao barroco, passando pelo manuelino, pelo renascentismo e pelo maneirismo. 

Na face sul encontra-se a torre sineira que ostenta um relógio de Sol de mármore. O corpo interior da igreja tem forma de cruz e possui três naves com abóbadas que apresentam elementos góticos e ... renascentistas. Grande parte do interior encontra-se coberto por azulejos do século XVII.

Chafariz do Largo General Humberto Delgado no Alvito

Chafariz de espaldar com tanque rectangular e com quatro bicas sempre com água potável disponível. Local de abastecimento para a população.

Convento e Igreja de Santo António no Alvito
Este edifício foi mandado construir por Manuel Lopes, primeiro juíz da Confraria de Santo António, e por D. João Lobo, oitavo barão de Alvito. 

No interior é possível observar o forro de azulejos seiscentistas, sobressaindo as flores e os passáros. Destaque, também, para a pintura mural da abóbada de berço da capela-mor. Esta pintura retrata um episódio da vida do Padroeiro. Ainda é de salientar o conjunto pictórico maneirista de óleo sobre a madeira.

Oferta Gastronómica
Em qualquer dos restaurantes do Concelho:
· Açorda de Cação;
· Migas;
· Ensopado de Borrego;
· Sopa de Beldroegas;
· Feijão com Catacuzes;
· Carrasquinhas.

Destaca-se também a doçaria regional (pastéis de chila e grão), os licores e, em Vila Nova da Baronia, os deliciosos enchidos (Enchidos da Baronia) e os vinhos da Herdade das Barras.
O evento gastronómico de maior relevo é, desde 2007, o Ciclo Gastronómico "As Ervas da Baronia".
Em Fevereiro, Junho e final de Outubro, realizam-se semanas gastronómicas em que participam os restaurantes do concelho, oferecendo pratos em torno de espargos, catacuzes e carrasquinhas (na 1ª semana), beldroegas (na 2ª semana) e poejos, coentros e hortelãs (na 3ª semana).

Trata-se de um verdadeiro ciclo das Ervas na Cozinha! 

 IN "SITE DO MUNÍCPIO "
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