73% das PME de comércio e serviços
não pretende despedir
Dispensa de pessoal no futuro próximo
está nos planos de 22,8% dos inquiridos
Novos conceitos e produtos são aposta
A maioria das empresas inquiridas pretende fazer uma aposta na sua visibilidade para os clientes, através de campanhas promocionais. Há também a intenção de explorar novos conceitos e segmentos de produtos para atrair mais clientela. Apostar nos mercados externos como potencial de aumento de negócios é uma opção para 47,3% dos inquiridos - a maioria continuará a preferir centrar-se nos clientes domésticos, mostram os resultados do estudo.
A economia portuguesa vai travar a fundo nos próximos dois anos, com a retracção do consumo a dar um forte contributo para a recessão. Mas no sector do comércio e serviços, não parece ainda haver razões para fazer soar os alarmes.
A maioria das pequenas e médias empresas (PME) que respondeu ao inquérito da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) esperam conseguir manter ou até aumentar o nível de vendas até ao final do ano, quando comparados com o mesmo período de 2010, estando até mais optimistas do que em relação ao trimestre terminado em Setembro (ver gráficos), altura em que 45,8% sofreu uma quebra no seu volume de negócios. Despedir pessoal é, por isso, um plano que está no horizonte de apenas 22,8%, contra uma maioria de 73,4% que, num futuro próximo, pretende manter ou aumentar o quadro de trabalhadores (ver gráficos).
A Pedro&Mantovani, uma empresa de materiais de construção civil, tem uma história ligeiramente diferente. A quebra de actividade no sector, que, segundo a administradora Salomé Pedro se vem sentindo desde 2002, tem levado a empresa a reduções contínuas no seu volume de vendas. E 2011 não será excepção.
Contudo, enquanto não enfrentar "uma redução drástica das vendas", um adjectivo que Salomé Pedro situa na casa dos 20% de quebra, a empresa mantém-se entre a maioria que não pretende despedir pessoas. Trata-se de "uma decisão de último recurso", que a sociedade tentará evitar acentuando a diversificação da oferta de serviços. "Temos vindo a baixar as vendas porque perdemos muitos clientes construtores, mas reajustámos os nossos serviços para o cliente final e a área da remodelação". É com esta estratégia que se pretende conter danos e manter o quadro de pessoal, que actualmente ronda as 70 pessoas.
Planos de expansão para este ano é coisa que não existe nem na Pedro&Mantovani nem na maioria das pequenas e médias empresas que responderam ao inquérito da CCP. Com a incerteza associada à conjuntura económica, 70,4% diz que vai manter a sua capacidade, havendo contudo 17,3% que a quer aumentar. Salomé Pedro explica o caso particular da sua empresa com o facto de em 2010 já terem aberto uma loja nova com produtos técnicos mais voltados para os sistemas solares e fotovoltaicos. "Já fizemos o investimento que tínhamos a fazer", conclui.
Para reforçar a presença das marcas, a esmagadora maioria dos entrevistados pretende apostar na promoção da sua imagem.
As regras do novo barómetro da CCP
O barómetro trimestral "PME Comércio e Serviços", criado pela Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), pretende medir o pulso à actividade do sector durante o segundo trimestre e aferir o sentimento em relação ao futuro próximo.
Participam 83 empresas do sector, a maioria das quais na área do comércio a retalho e dos serviços, empregando, na sua maioria, entre dez e 50 trabalhadores. No inquérito predominam as empresas com um volume de negócios entre dois e dez milhões de euros.
Cerca de metade vendeu os seus serviços para o mercado externo, durante o ano de 2010, enquanto a outra metade se dedicou exclusivamente ao mercado interno.
O inquérito decorreu entre os meses de Julho, Agosto e Setembro.
* Fica-se contente quando se lê que 73% do sector de comércio e serviços das PME não pretende fazer despedimentos, achamos difícil mas oxalá seja conseguido.
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