18/04/2010

GLÓRIA REBELO



A vantagem das energias renováveis

Como se sabe, a energia é, para qualquer país, simultaneamente um importante factor de crescimento da economia e um elemento vital para o desenvolvimento sustentável. Assim, ao nível da definição de uma política energética nacional, caberá a qualquer país diversificar a oferta de fontes de energia alternativas ao petróleo para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, razão pela qual internacionalmente se suscita a questão do potencial de implantação das energias renováveis.

E, por razões relacionadas com a avaliação do estado dos mercados, das infra-estruturas e da viabilidade das energias alternativas em cada país, Espanha e Portugal são dos países do Mundo onde, internacionalmente, mais se recomenda o investimento em energias renováveis (Ernst & Young, 2006). A razão para esta liderança assenta no facto de ambos os países oferecerem um forte potencial de crescimento nesta área, podendo, assim, atrair com maior facilidade o investimento directo estrangeiro.

Ora, considerando que o sector da energia é, e será, um dos sectores económicos mais dinâmicos, quer pela criação de oportunidades de negócio quer pela possibilidade de criação de emprego, neste período pós-crise o relançamento económico e social do país não pode deixar de passar pela promoção estratégica de uma política nacional de autonomia energética associada à aposta nas energias renováveis (hídrica, solar, geotérmica, eólica e das ondas), ao aumento dos níveis de eficiência energética, e à promoção de projectos inovadores para a mobilidade eléctrica e para a microprodução de energia.

De facto, as grandes potências mundiais - como, por exemplo, a China e os EUA -, assim como os países da União Europeia procuram agora firmar a sua liderança nas renováveis, compreendendo-as como indispensáveis para modernizar a economia, garantir a "sustentabilidade" e reduzir a dependência externa, uma vez que quanto mais energia renovável um país tiver menos dependente dos combustíveis fósseis será.

E, ainda a este propósito, convirá recordar que a necessidade de mudança de paradigma na área da energia encontra-se, desde o Conselho Europeu de Março de 2007, firmada no objectivo de vincular os estados-membros a reforçar a aposta para 20% da quota das energias renováveis, até 2020.

in"JORNAL DE NOTÍCIAS"
17/04/10

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