01/11/2009

CONDE DUQUE DE OLIVARES

O Conde-Duque de Olivares, por Diego Velázquez.

Gaspar de Gusmão, conde-duque de Olivares (Roma, 6 de Janeiro de 1587Toro, 22 de Julho de 1645), passou os primeiros anos da sua vida em Itália, onde o pai era embaixador de Filipe II de Espanha, junto da Santa Sé.

Tanto o Papa Clemente VII como o seu pai favoreciam a sua inclinação para o estado eclesiástico, por ser o terceiro filho, mas a morte de seus irmãos mais velhos mudou a sua vida. Casou com D. Inês e Zuniga e Velasco. A seu pai devia a habilidade política e o tacto diplomático e a sua astúcia, que o leva até primeiro-ministro de Filipe IV de Espanha. Tanto em Madrid como em Sevilha, vive com grande ostentação, o que lhe acarreta dificuldades económicas.

A partir de 1615 faz parte da corte do infante D. Filipe, filiado no partido de Uceda. Quando o infante sobe ao trono, o poder passa para as mãos de Olivares, que manda matar e prender as figuras mais destacadas do reinado anterior, como Rodrigo Calderón.

Além do título referido, torna-se camareiro-mor do reino, grande escudeiro e chanceler das Índias. Constrói uma enorme fortuna, enriquece a família e dá à corte de Espanha uma magnificência inaudita à custa de enormes sacrifícios dos súbditos. O seu principal objectivo político, aparentemente, era unificar os diversos reinos da Península Ibérica; procurou igualmente travar o declínio industrial e comercial ibérico, o que não se afigurava tarefa fácil pois a mentalidade aristocrática espanhola escarnecia das profissões mercantis.

Quanto à política exterior, segue a mesma linha de Filipe III de Espanha que, por sua vez, continuou a de seu pai. Ao acabar, em 1621, a paz de «doze anos» com a Holanda, não procura a paz definitiva e a guerra que se seguiu traz consequências desastrosas para Espanha.

No que respeita a Portugal, tenta sufocar a revolta de 1640, enviando ao duque de Medina Sidónia, capitão-general da Andaluzia, o irmão da duquesa de Bragança, que ilude o encargo. Olivares consegue apenas a prisão de D. Duarte de Bragança, irmão de João IV de Portugal, visto que a guerra continuava indecisa para ambas as partes.

O fracasso da sua política era evidente. A burguesia, que previa a sua queda, afastava-se dele; corriam brochuras, epigramas e documentos, um dos quais intitulado Delitos e Feitiçarias, continha uma impressionante quantidade de delitos atribuídos ao ministro.

Em 1643 sai de Madrid, perdida a confiança do rei, a caminho de Loeches, de onde passou para Toro, onde morreu.


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