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"𝐃𝐣𝐨𝐤𝐨𝐯𝐢𝐜 𝐧𝐚̃𝐨 𝐞́ 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐝𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐢𝐧𝐠𝐮𝐞́𝐦"
* Programa: E o campeão é... com Gabriel Alves, Pedro Henriques, João Castro, João Pinto e moderação de Ana Filipa Rosa.
NOTÍCIA DE HOJE
Tribunal dá razão a Djokovic e sérvio pode entrar na Austrália – mas governo ainda tem poderes para lhe cancelar o visto
Foi uma audiência aberta, para todo o Mundo ver, via-novas tecnologias, e no final os advogados de Novak Djokovic saíram a sorrir: o juiz federal Anthony Kelly decidiu revogar a decisão da polícia fronteiriça australiana de retirar o visto de entrada no país ao número 1 mundial, ordenando a sua libertação imediata e permitindo que saia do hotel de Melbourne onde passou os últimos dias retido.
No entanto este caso pode não ficar por aqui. O representante do ministério público australiano, Christopher Tran, sublinhou na audiência que o ministro da imigração pode ainda considerar utilizar os poderes que tem para voltar a cancelar o visto a Novak Djokovic, algo que será decidido nas próximas horas.
Mas, para já, tudo parece indicar que o campeão em título do Open da Austrália vai mesmo jogar o primeiro torneio do Grand Slam do ano. Anthony Kelly justificou a decisão de deixar Djokovic entrar na Austrália por considerar “sem razão” a decisão das autoridades fronteiriças de cancelar o visto do sérvio, que chegou ao país na noite de quarta-feira e foi retido durante a noite até ver o seu visto cancelado às 7h29. Contudo, de acordo com o juiz, o sérvio teria até às 8h30 para apresentar novos documentos que poderiam evitar esse cenário. Um deadline que não foi respeitado.
Djokovic não está vacinado – e pela primeira vez admitiu isso de forma pública durante a audição em tribunal – e, por argumentar ter tido contraído covid-19 em meados de dezembro, viu a federação de ténis da Austrália e o estado de Victoria concederem-lhe uma isenção médica para entrar na Austrália, onde só os vacinados podem entrar. Mas quando chegou ao aeroporto de Melbourne, o sérvio acabou barrado, com as autoridades a não aceitarem como válidos os argumentos para a isenção médica.
O próximo passo desta novela está agora nas mãos de Alex Hawke, ministro da imigração da Austrália, que tem poderes para revogar o visto de Novak Djokovic, que tenta no Open da Austrália tornar-se no único tenista com 21 títulos em torneios do Grand Slam. O governo da Austrália pode ir por esta via se considerar que existe um perigo para a saúde pública, mas não parece provável que o faça, já que essa decisão poderia levar a que Novak Djokovic fosse banido da Austrália por três anos e a uma demorada batalha judicial.
O caso tem, no entanto, várias pontas soltas. De acordo com o recurso dos advogados do sérvio e com vários documentos apresentados em tribunal e aos quais o jornal “The Age” teve acesso, a isenção médica foi conseguida depois de Djokovic informar que havia contraído covid-19 a 16 de dezembro de 2021. Contudo, no dia seguinte, o tenista esteve num evento da sua fundação com crianças e deu também uma entrevista presencial ao jornal francês “L’Équipe” a 18 de dezembro. O que significa que o sérvio terá quebrado o isolamento.
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