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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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PAN defende que eurodeputado Francisco Guerreiro deve renunciar ao mandato
O porta-voz do PAN, André Silva, defendeu hoje que o
eurodeputado Francisco Guerreiro, que se desvinculou do partido, deveria
"renunciar ao mandato", uma vez que a sua decisão "foi unilateral".
"Esta foi uma opção do eleito em se tornar
independente. Do nosso ponto de vista, ele deveria ter renunciado ao
mandato porque os eleitores votaram num projeto político", argumentou
André Silva numa conferência de imprensa na sede do
Pessoas-Animais-Natureza (PAN), em Lisboa.
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O
dirigente do PAN disse ter recebido esta manhã, por email, a informação
da desvinculação de Francisco Guerreiro, que vai passar a independente,
e insistiu que o eurodeputado deveria "renunciar ao mandato".
André
Silva realçou que o partido recebeu a notícia da saída "com profunda
desilusão" e surpresa e que este é "o culminar de um caminho de
individualização do eurodeputado".
"Trata-se de uma escolha unilateral do eurodeputado fazer este divórcio com o partido que o fez crescer, que o elegeu", vincou.
Quanto
às justificações que Francisco Guerreiro deu, disse estar a ouvi-las
"pela primeira vez" mas rejeitou as acusações, considerando que "não
correspondem à verdade".
De acordo com
André Silva, o "diálogo sempre houve, mas não era suficiente" para
possibilitar "uma relação satisfatória" entre o deputado ao Parlamento
europeu e a direção do partido, provocada por um "desencontro naquilo
que é o entendimento da forma como se faz a gestão dos eleitos", que no
PAN "sempre foi feita de forma coletiva, de forma comunitária".
"Este
caso estava a ser uma exceção e demos nota várias vezes, ao longo dos
últimos meses, disso mesmo e, de facto, o mal-estar de alguma forma
foi-se instalado mas as relações institucionais mantiveram-se e aquilo
que nós estávamos à espera era que continuássemos a fazer esse debate
interno e que houvesse uma perspetiva de gestão comum da direção do
partido relativamente ao eleito na Europa", salientou.
Questionado
se propôs a Francisco Guerreiro renunciar ao mandato, o porta-voz
respondeu "essa situação nunca se colocou em cima da mesa" porque "o
esforço e aquilo que foi o trabalho sempre da direção do partido" foi
"de aproximação, de diálogo, de encontrar pontes para que as decisões e a
gestão política do eleito conseguissem ser feitas de uma forma
harmoniosa".
André Silva indicou que
ainda não tinha tido "hipótese de falar com Francisco Guerreiro" desde
que foi conhecida a sua decisão mas apontou que o PAN "respeita a sua
decisão", ainda que seja "errada na medida em que ele defrauda aquilo
que foi a vontade dos eleitores há um ano".
Aos
jornalistas, o porta-voz lamentou que o partido deixe de ter
representação europeia, mas referiu que "este é um fenómeno que acontece
também noutros partidos".
O
eurodeputado Francisco Guerreiro anunciou hoje que sai do PAN por
"divergências políticas" com a direção do partido pelo qual foi cabeça
de lista nas europeias do ano passado, mas vai manter-se no Parlamento
Europeu.
"O eurodeputado Francisco Guerreiro sai do
partido Pessoas-Animais-Natureza por divergências políticas com a
direção e garante que continuará a defender no Parlamento Europeu os
ideais pelos quais foi eleito e se rege", refere um comunicado enviado à
Lusa.
O comunicado acrescenta que "as
divergências que justificam o seu afastamento do PAN assentam na falta
de identificação política com várias posições relevantes tomadas pelo
partido no parlamento nacional, bem como com a linha política global que
tem caracterizado a atuação do PAN nos últimos meses", considerando que
esta tem "limitado a independência política do eurodeputado em
Bruxelas".
Francisco Guerreiro falava
num "constante afastamento" e aponta, por exemplo, "a crescente e
vincada colagem do PAN à esquerda", considerando que tal "quebra uma das
bases filosóficas do partido que não se revê nas dicotomias políticas
tradicionais".
O eurodeputado refere
ainda uma "recente apologia ao incentivo para a entrada de jovens no
serviço militar (contra a base pacifista do partido), a passividade
perante as ações geopolíticas da China na Europa ou o aumento da
agressividade discursiva" do PAN como razões para a sua saída.
Francisco
Guerreiro considera também que existiu um "bloqueio da divulgação do
trabalho europeu" que desenvolveu, em áreas como o Rendimento Básico
Incondicional (RBI).
* Entre votar no PAN e mais seis meses de confinamento em "estado de emergência" preferimos a 2ª opção sem qualquer dúvida. Mas o euro-deputado candidatou-se pelo partido e eticamente a atitude é abuso de confiança, claro que percebemos que as alvíssaras do mandato lhe são altamente necessárias para atenuar o "pinderiquismo".
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