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Bruxelas quer 27 de acordo sobre países seguros aos quais reabrir fronteiras
Embora as decisões sobre fronteiras sejam da competência dos Estados-membros, Bruxelas sublinha a necessidade de uma ação coordenada entre os 27, em virtude de, no quadro da livre circulação do espaço Schengen, a ação de um Estado-membro ter inevitavelmente reflexos nos restantes.
A Comissão Europeia propôs hoje o levantamento gradual das restrições
de viagens para a União Europeia a partir de 01 de julho, recomendando
aos Estados-membros que acordem uma lista comum de países terceiros com a
situação epidemiológica sob controlo.
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Tal como já
anunciara na quarta-feira o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, o
executivo comunitário adotou hoje recomendações sobre a reabertura
“gradual e parcial” das fronteiras externas da União, encerradas desde
meados de março no quadro dos esforços para conter a propagação da
pandemia da covid-19, sublinhando que a abolição das restrições de
viagens não pode ser geral nesta fase, “dado a situação sanitária em
certos países terceiros permanecer crítica”.
Embora
as decisões sobre fronteiras sejam da competência dos Estados-membros,
Bruxelas sublinha a necessidade de uma ação coordenada entre os 27, em
virtude de, no quadro da livre circulação do espaço Schengen, a ação de
um Estado-membro ter inevitavelmente reflexos nos restantes.
“Uma
vez que os viajantes que entram na UE podem circular livremente de um
país para outro, é crucial que os Estados-Membros coordenem as suas
decisões sobre o levantamento das restrições de viagem. É por esta razão
que os Estados-Membros devem acordar numa lista comum de países
terceiros relativamente aos quais as restrições de viagem podem ser
levantadas a partir de 01 de julho, a rever regularmente”, aponta a
Comissão.
Bruxelas indica a esse propósito que “será possível
reintroduzir restrições de viagem para um país específico, se os
critérios deixarem de estar preenchidos” e, além disso, “os
Estados-Membros podem ainda recusar a entrada a um viajante não
comunitário que represente uma ameaça para a saúde pública, mesmo vindo
de um país em relação ao qual as restrições tenham sido levantadas”.
Sugerindo
uma série de critérios para o estabelecimento dessa lista, a Comissão
Europeia propõe desde já aos 27 que sejam levantadas as restrições de
entrada no espaço comunitário à Albânia, Bósnia Herzegovina, Kosovo,
Montenegro, Macedónia do Norte e Sérvia a partir de 01 de julho “dado a
sua situação epidemiológica ser semelhante ou mesmo melhor que a da UE”.
De
acordo com Bruxelas, “as restrições devem ser levantadas para os países
selecionados em conjunto pelos Estados-membros, com base num conjunto
de princípios e critérios objetivos, incluindo a situação sanitária, a
capacidade de aplicar medidas de contenção durante viagens e
considerações recíprocas, tendo em conta os dados de entidades
relevantes tais como o Centro Europeu de Controlo de Doenças e a
Organização Mundial da Saúde”.
Relativamente aos países para os
quais as restrições continuem em vigor, a Comissão propõe alargar as
categorias de viajantes autorizados a entrar, “de modo a incluir, por
exemplo, os estudantes internacionais”, indica o executivo comunitário
na recomendação hoje adotada.
A Comissão está igualmente a dar
orientações aos Estados-Membros para assegurar que o reinício das
operações de emissão de vistos no estrangeiro seja bem coordenado com a
supressão gradual das restrições de viagem.
Reiterando que todas
as fronteiras internas devem estar reabertas até 01 de julho, a
comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson, afirmou hoje
em conferência de imprensa que o passo seguinte é a eliminação gradual
das restrições às viagens para a UE, “fundamentais para o turismo e os
negócios, bem como para o restabelecimento da ligação entre a família e
os amigos”.
“Embora todos tenhamos de continuar a ser cuidadosos,
chegou o momento de fazer preparativos concretos para levantar as
restrições com países cuja situação sanitária é semelhante à da UE e
para retomar as operações de emissão de vistos”, resumiu.
A UE
encerrou as suas fronteiras externas a todas as viagens “não
indispensáveis” em 17 de março passado, no quadro dos esforços para
conter a propagação da covid-19.
Transmitida por um novo
coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do
centro da China, a covid-19 já provocou mais de 412 mil mortos e infetou
quase 7,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o
balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram
1.497 pessoas das 35.600 confirmadas como infetadas, de acordo com o
boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Depois de a Europa
ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente
americano passou a ser o que tem mais casos confirmados, embora com
menos mortes.
* Estão a jogar areia para os olhos da populaça, é tudo encenado!
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