14/05/2020

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HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
Logística de Azambuja 
sem medidas adicionais para já

Unidade onde foi detetado surto de 101 infeções retoma esta segunda-feira atividade com 30 trabalhadores. Autarcas e governo vão reunir-se com CP.

O governo diz que mantém a logística de Azambuja debaixo de olho, mas por enquanto não vê necessidade de adotar medidas adicionais de prevenção ou contenção nas operações das empresas localizadas no polo onde funciona a Avipronto. A unidade de abate de abate de aves já retoma esta segunda-feira parte das operações depois de 101 dos seus 300 trabalhadores terem ficado infetados com o vírus da covid-19. 
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O secretário de Estado responsável pela coordenação da resposta à covid na zona de Lisboa e Vale do Tejo, Duarte Cordeiro, e o secretário de Estado da Economia, João Neves, estiveram esta manhã reunidos com representantes de 30 empresas que operam no polo onde prevalecem as operações de distribuição dos grupos Sonae, Jerónimo Martins e Auchan, entre outros, e ao qual afluem diariamente mais de oito mil trabalhadores vindos de toda a Grande Lisboa. 
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Segundo o governo, o surto local “justifica um olhar atento nos próximos tempos e avaliar se se justificam medidas adicionais”, mas para já o único passo previsto é a realização de uma reunião com a CP onde deverá ser discutida a fiscalização da regras de dois terços de ocupação nos transportes públicos. “No fundo, [o objetivo é] adotar um comportamento mais pedagógico relativamente aos utilizadores dos transportes públicos, quanto à aglomeração que existe à saída da estação e à verificação da lotação”, afirmou o coordenador Duarte Cordeiro, após o encontro com autarcas e empresários da zona. 
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O município de Azambuja tem-se manifestado preocupado com a possibilidade de alastramento do surto a mais unidades da grande distribuição que serve o país, e propunha, além do reforço da oferta da CP, que as empresas aumentassem a oferta de transporte particular aos trabalhadores (o pessoal temporário não tem, por regra, acesso ao transporte de empresa) e desfasassem turnos entre si. Medidas que, para já, não estarão a ser consideradas. 
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“Grande parte do transporte já e efetuado pelas empresas ou é transporte individual por parte dos trabalhadores. Vamos acompanhar a evolução da situação. O facto de haver aqui uma concentração de trabalhadores não distingue este território de outros territórios do nosso país”, justificou Duarte Cordeiro, explicando que a oferta de transporte ainda está a ser avaliada. “Esta última semana foi a semana da abertura ao nível dos transporte. É uma matéria que temos estado a acompanhar ao nível nacional”. 
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De resto, o governo diz que também não se justifica um rastreio alargado entre os milhares de trabalhadores neste polo. “Quando surge um caso numa empresa, geralmente testam-se os trabalhadores dessa empresa. Quando não há casos, vai-se fazendo uma monitorização da saúde dos trabalhadores. É assim que tem funcionado e é assim que continuaremos a funcionar. Se existirem dados que avaliem a necessidade de fazer um rastreio alargado, essas decisões são tomadas em função de nova informação”, afirmou o coordenador regional. 
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Além dos 101 casos de infeções na unidade da Avipronto, o município de Azambuja deu conta de outros dois verificados na distribuidora espanhola Salvesen e mais dois na transportadora Torrestir, estando a ser realizados testes aos trabalhadores que mantiveram contato com os funcionário infetados.

Avipronto reabre com 30 trabalhadores 
Na Avipronto, as autoridades de saúde asseguram que há condições para retomar a atividade, já a partir de hoje. “A empresa foi desinfetada, os trabalhadores foram testados. Começou paulatinamente. Só depois é que irá aumentar a sua atividade”, explicou Luís Pisco, o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. 
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A unidade de abate de aves que tem como CEO o ex-secretário de Estado da Agricultura Luís Vieira volta a abrir com 30 funcionários nas operações de embalamento. Aos jornalistas, o ex-governante recusou hoje que tenha havido demora no isolamento de trabalhadores após a deteção dos primeiros casos. “Se todas as empresas fizessem o teste a 100%, não é só aquele que dá um caso positivo e depois faz-se o rastreamento dos contatos, haveria um princípio básico: quanto mais se procura mais de encontra”, argumentou. 
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Na reabertura da fábrica, Luís Vieira admitiu que não será possível assegurar o distanciamento social recomendado de dois metros entre trabalhadores, mas garantiu que todas as restantes precauções estão a ser tomadas. 
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“Tentámos fazer algum ajustamento, mas qualquer linha nas unidades fabris tem um distanciamento de um metro, à volta disso. Se tivéssemos de fazer um distanciamento maior, tínhamos de arranjar quase uma fábrica de Azambuja ao Cartaxo”, defendeu. 
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Além da utilização de equipamento de proteção individual e da medição da temperatura, a empresa diz ter improvisado novas áreas de refeição que permitirão maior afastamento entre trabalhadores com duas tendas instaladas no local. Diz também que só entrarão na Avipronto trabalhadores com resultado de teste negativo, mesmo que sejam temporários entretanto recrutados. 
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 O CEO assegura ainda que a empresa está a procurar alternativas ao comboio para o transporte de funcionários. “Ao estarmos a trabalhar só com 10% estamos a ir progressivamente ver se conseguimos encontrar os nossos meios próprios de transporte que permitam controlar melhor a situação, uma vez que ainda não vimos a segurança total nos transportes públicos”.

Sector da carne não preocupa 
Além do surto da Avipronto, na última semana foi detetado igualmente um número elevado de trabalhadores infetados o novo coronavírus em fábricas de processamento de carne no Montijo. Já antes, registou-se um número elevado de infeções numa unidade de carne da Sonae MC, em Santarém. 
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O secretário de Estado da Economia, João Neves, lembrou que estes sectores do agroalimentar estão obrigados ao cumprimento de normas mais estritas do ponto de vista da segurança alimentar, e relacionou os surtos localizados no sector das carnes com a dimensão das operações. 
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 “Os focos surgem em diversos tipos de empresas. Não devemos sobrevalorizar a existência destes focos nalgumas destas empresas. Bem percebemos que algumas atividades económicas de diferente tipo têm tido quer suspensão de atividade, quer uma redução muito significativa da sua atividade. É natural que dalgum modo, o aparecimento dos focos seja o resultado da dimensão da atividade que temos”, defendeu. 
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De resto, garantiu que há segurança para o consumo. “Não há nenhum produto que saia de uma fábrica desta importância para a saúde das pessoas que não tenha sido verificado. É absolutamente claro que as regras de segurança da produção dos alimentos estão a ser mantidas”.

* Somos de opinião que a DGS deve estar muito atenta para alguns imbróglios que possam surgir por oportunismo "empreendedor"

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