HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Obstetra do "bebé sem rosto"
só não exerce profissão "por
decisão própria", diz advogado
Artur Carvalho é suspeito de negligência médica no caso do bebé de Setúbal que nasceu com malformações no rosto.
O obstetra suspeito de negligência médica no caso do bebé de Setúbal que nasceu com malformações no rosto só não está a exercer a profissão por decisão própria, disse hoje à agência Lusa o advogado Miguel Matias.
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"O médico (Artur Carvalho), neste momento, pode exercer a profissão. Não o está a fazer por decisão própria", disse o advogado, salientando que a "suspensão preventiva do médico, por um período de seis meses, terminou no passado mês de abril".
No entendimento do advogado, uma vez que já terminou o período de
suspensão preventiva, não há qualquer questão legal que impeça o
obstetra Artur Carvalho de exercer normalmente a sua atividade
profissional.
Miguel Matias admite que o médico já foi notificado de uma nova
proposta para que lhe seja aplicada uma pena de suspensão de cinco anos,
mas sublinha que, por enquanto, é "apenas uma proposta" e que ainda nem
sequer terminou o prazo de contestação no âmbito do processo
disciplinar instaurado pela Ordem dos Médicos.
Questionado sobre um processo judicial no Tribunal de Setúbal, na
sequência de uma queixa da família do bebé, o advogado Miguel Matias
disse que o médico Artur Carvalho ainda não recebeu qualquer notificação
de processos judiciais.
"O meu cliente ainda não foi notificado de nenhum processo judicial.
No caso do bebé de Setúbal, a única coisa que sei, através da
comunicação social, é que o Ministério Público terá aberto um
inquérito", disse.
"Eventualmente, o que pode estar a acontecer é o Ministério Público
estar à espera de uma decisão final do processo disciplinar [instaurado
pelo CDRS da Ordem dos Médicos], acrescentou Miguel Matias.
O médico Artur Carvalho, que acompanhou a gravidez da mãe do bebé que
nasceu sem rosto e realizou as ecografias numa clínica particular, em
Setúbal, foi suspenso por um período de seis meses, na sequência de uma
reunião do Conselho Disciplinar Regional do Sul (CDRS) da Ordem dos
Médicos, realizada a 22 de outubro de 2019, a pedido do
bastonário Miguel Guimarães.
No comunicado divulgado após a referida reunião, em que foi anunciada
a suspensão preventiva do médico Artur Carvalho por seis meses, o CDRS
informou também que tinham sido analisados vários processos pendentes
contra o referido obstetra, incluindo o caso do bebé que nasceu com
malformações no rosto no dia 07 de outubro de 2019, em Setúbal.
No comunicado, o CDRS da Ordem dos Médicos justificou a suspensão
preventiva do clínico com a "gravidade das infrações imputadas ao médico
arguido nos vários processos" e com os "indícios muito fortes" de que
efetivamente teria cometido essas infrações.
A agência Lusa tentou ouvir a nova presidente do CDRS, Maria do Céu Machado, mas não foi possível.
* Achamos a decisão acertada por duas razões: enquanto não trabalha não pratica mais barbaridades, também não corre o risco de que alguém lhe desfigure o rosto, provavelmente para ele esta será a principal razão.
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