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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Berardo acusa bancos e Governo de aproveitarem contexto para arrestar obras
A
Associação Coleção Berardo (ACB) acusa os bancos e o Governo de
aproveitarem “o ambiente gerado à volta” da ida de José Berardo ao
parlamento para fazerem o arresto das obras patentes no Centro Cultural
de Belém (CCB).
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“A medida escolhida pelos bancos, em articulação
confessada com o Governo, foi a de aproveitar o ambiente gerado à volta
de um dos instituidores da ACB [José Berardo] após a sua ida à IICIRCGD
[comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos] para
conseguir um arresto totalmente desproporcionado”, pode ler-se na defesa
da ACB ao arresto das obras patentes no CCB, noticiada hoje pelo Jornal
Económico e a que a Lusa teve acesso.
A defesa sustenta que “a
prova provada de que a ACB não estava a tentar dissipar quaisquer dos
seus valiosos ativos é de que foi coroado de inteiro sucesso o arresto
de mais de duas mil obras”.
No dia 31 de julho, agentes de
execução estiveram no Museu Coleção Berardo, em Lisboa, no seguimento do
arresto das obras de arte da coleção de arte moderna do empresário José
Berardo.
No documento que contesta o arresto das obras, a
Associação Berardo acusa “os políticos e a comunicação social” de terem
encontrado “um RDT - Responsável Disto Tudo” (José Berardo), num país
“tão orfão de um DDT - (Dono Disto Tudo)”, uma referência a Ricardo
Salgado, ex-banqueiro e antigo líder do Banco Espírito Santo.
José
Berardo reconheceu, no entanto, que a sua prestação no parlamento, no
dia 10 de maio, “iria dificultar em muito a sua defesa judicial e das
entidades consigo relacionadas”.
A Associação Coleção Berardo
manifesta-se surpresa, “como parceira do Estado português desde 2006”,
que após o Conselho de Ministros de 16 de maio, a ministra da Cultura,
Graça Fonseca, tenha dito que “Cultura, Justiça e Finanças estão
articulados para defender a imperiosa necessidade de garantir a
integridade, a não alienação e fruição pública” das obras de arte
expostas no Centro Cultural de Belém.
“E que, questionada sobre
as medidas que estão em cima da mesa, respondesse que ‘não iria dar a
José Berardo a satisfação de as antecipar”, adita a defesa.
A
Associação Coleção Berardo considera, através da defesa assinada pelo
advogado Carlos Costa Caldeira que “é hoje manifesto que a estratégia
que conduziu ao arresto foi delineada em conjunto pelo Governo e pelos
bancos”.
José Berardo afirma, na defesa, que a imagem de que
“ficou com muitos milhões de euros da CGD [Caixa Geral de Depósitos], ou
seja, dada a natureza pública do banco, dos portugueses”, é “totalmente
deturpada”.
O empresário afirma que “o dinheiro nunca entrou no
seu bolso”, e que “não só todo esse dinheiro [pedido emprestado à CGD]
foi perdido, por ter sido usado na aquisição de valores mobiliários que
perderam quase a totalidade do valor”, como viu executados “os
dividendos das ações empenhadas [quase 15 milhões de euros], outras
ações cotadas (por ex. ações da NOS, no montante aproximado de 64 ME),
vários bens imóveis e o produto da venda da participação detida na
Sogrape”.
A defesa de Berardo alega que o empresário não só
“ficou com os montantes mutuados, como perdeu aquele valor e outros bens
que integravam o seu património”.
“E, pior que tudo, nem mesmo a
entrega de todos os referidos bens conseguiu extinguir a dívida”,
lamenta ainda José Berardo, acrescentando que “já pagou 231 milhões de
euros em troco de nada”.
José Berardo considera falsa a ideia de
que “tenha enriquecido à custa do erário público”, e ainda que a CGD
“escolheu” não executar as suas dívidas anteriormente para proteger “a
estabilidade do BCP, e assim, o sistema bancário nacional”.
“Foi,
pois, o Executado [José Berardo] o sacrificado no confronto entre os
seus interesses e os interesses do Estado Português”, algo que o
empresário “até poderia tentar compreender”.
Todavia, alega a
defesa, “a sua inclinação para a compreensão é fortemente diminuída
quando, ao invés de se ver reconhecido pela ajuda que (ainda que
involuntariamente) deu à estabilidade do sistema financeiro, o Executado
se vê vilipendiado na praça pública”.
No dia 10 de maio, na sua
ida ao parlamento, José Berardo afirmou que “como português” tentou
“ajudar a situação dos bancos numa altura de crise”, referindo-se à
prestação de garantias quando as ações que serviam como colateral
desvalorizaram, gerando grandes perdas para os bancos.
* Este senhor deveria ser nomeado embaixador itinerante de "nossa senhora de fátima" tal é verborreia aldrabona que ele cozinha como se estivesse num púlpito.
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