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Em Portugal, na terça-feira à noite, mais de quatro dezenas de artistas juntaram-se num concerto de solidariedade no Capitólio. O evento foi organizado pela cantora moçambicana Selma Uamusse e contou com transmissão na RTP, bem como com a participação do presidente da República português e o embaixador moçambicano em Lisboa. Ao longo de todo o dia, através de uma linha telefónica de valor acrescentado, que vai permanecer ativa até dia 5 de abril, foram reunidos mais de 300 mil euros em donativos. Estes serão entregues a oito organizações no terreno. Todas elas assinaram uma carta de compromisso público em que garantem uma gestão transparente e eficaz de todo o dinheiro que receberem, comprometem-se a realizar uma auditoria e um relatório final a dizer onde todo o dinheiro foi gasto.
Esta quarta-feira, o Parlamento moçambicano aprovou a criação de um grupo de trabalho, formado por deputados, para avaliar a transparência da assistência às vítimas do ciclone Idai no centro do país. O grupo de trabalho, aprovado por consenso entre as três bancadas do Parlamento de Moçambique, será formado por deputados da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade e pela Comissão dos Assuntos Sociais, do Género, Tecnologias e Comunicação Social. A medida foi aprovada por requerimento da bancada da Renamo, principal partido da oposição, à direção do Parlamento, na sequência de alegações de falta de transparência na distribuição da ajuda às vítimas do ciclone, noticiou a agência Lusa a partir de Maputo.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Moçambique admite desvios da ajuda
às vítimas do ciclone Idai
Face a relatos de roubo de alimentos e de desvios de donativos para as vítimas do Idai, autoridades moçambicanas prometem fiscalização apertada e punição exemplar. Parlamento de Moçambique aprovou, esta quarta-feira, a criação de um grupo de trabalho para avaliar a transparência na assistência às vítimas do ciclone
As autoridades moçambicanas admitiram que os bens enviados para
ajudar as vítimas do ciclone Idai no país estão a ser desviados e
prometeram uma fiscalização apertada e uma punição exemplar. Isto depois
de vários relatos de roubo de alimentos e de desvios de donativos terem
chegado ao gabinete do próprio presidente da República, Filipe Nyusi,
que na semana passada esteve na Beira, província de Sofala, principal
zona afetada pelo ciclone que fez 598 mortos.
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"As reclamações vão
continuar sempre enquanto não conseguirmos otimizar aquilo que estamos a
fazer. Como podem imaginar, este é um processo absolutamente
complexo... temos estado a desdobrar em tudo que é possível para
assegurar que estes mecanismos funcionem e que os produtos cheguem
aquelas pessoas que precisam . Neste processo naturalmente algumas
coisas que não estão ao nosso alcance podem acontecer. O que
temos estado a apelar a sociedade é que nos ajudem a monitorar,
ajudem-nos a controlar, ajudem-nos a vigiar e deem-nos informação
concreta sobre se há elementos de prova que digam que as pessoas estão a
roubar, que é para nós agirmos", disse, esta terça-feira, em
conferência de imprensa, a diretora-geral do Instituto Nacional de
Gestão das Calamidades de Moçambique, Augusta Maita, citada pelo site da
rádio alemã Deutsche Welle. Maita foi cabeça de lista da
Freljmo pela Beira nas eleições locais de outubro passado, das quais
saiu vencedor o rival Daviz Simango, líder do MDM, que é o terceiro
maior partido de Moçambique.
No mesmo sentido falou, no mesmo dia, o secretário-geral da
Frelimo, Roque Silva. "Aqueles que meterem mão naquilo que as
organizações e pessoas de bem estão a doar para mitigar o sofrimento da
população serão levados a tribunal e punidos exemplarmente", declarou o
responsável, falando aos jornalistas, após desembarcar na cidade de
Chimoio, em Manica. O secretário-geral da Frelimo, reportou a
Lusa, apelou à sociedade moçambicana e à comunidade internacional para
intensificarem a ajuda às vítimas do ciclone Idai e assinalou ter ficado
triste com as imagens de destruição e sofrimento.
Em Portugal, na terça-feira à noite, mais de quatro dezenas de artistas juntaram-se num concerto de solidariedade no Capitólio. O evento foi organizado pela cantora moçambicana Selma Uamusse e contou com transmissão na RTP, bem como com a participação do presidente da República português e o embaixador moçambicano em Lisboa. Ao longo de todo o dia, através de uma linha telefónica de valor acrescentado, que vai permanecer ativa até dia 5 de abril, foram reunidos mais de 300 mil euros em donativos. Estes serão entregues a oito organizações no terreno. Todas elas assinaram uma carta de compromisso público em que garantem uma gestão transparente e eficaz de todo o dinheiro que receberem, comprometem-se a realizar uma auditoria e um relatório final a dizer onde todo o dinheiro foi gasto.
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Entre os artistas que participaram estiveram o coro Gospel Collective,
Conan Osiris, Dino D'Santiago, Selma Uamusse, Salvador Sobral, Cristina
Branco, Gisela João, Rodrigo Leão, Héber Marques, Samuel Úria, Joana
Alegre, Karina Gomes, Luísa Sobral e Mistah Isaac. Este último criou,
com a ajuda das filhas, um tema especial para a ocasião.
Na segunda-feira, tal como anunciado por Filipe Nyusi na sua
deslocação à Beira, foi criada uma comissão independente que nos
próximos três meses vai liderar o processo de distribuição de
mantimentos aos deslocados vítimas do ciclone. Fazem parte desta
comissão uma empresa de ramo logístico contratada na Beira e o Programa
Alimentar Mundial (PAM), que trabalha em coordenação com o Instituto
Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).
Esta quarta-feira, o Parlamento moçambicano aprovou a criação de um grupo de trabalho, formado por deputados, para avaliar a transparência da assistência às vítimas do ciclone Idai no centro do país. O grupo de trabalho, aprovado por consenso entre as três bancadas do Parlamento de Moçambique, será formado por deputados da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade e pela Comissão dos Assuntos Sociais, do Género, Tecnologias e Comunicação Social. A medida foi aprovada por requerimento da bancada da Renamo, principal partido da oposição, à direção do Parlamento, na sequência de alegações de falta de transparência na distribuição da ajuda às vítimas do ciclone, noticiou a agência Lusa a partir de Maputo.
Na Beira estão também peritos internacionais para aferir o nível destruição daquela que é a segunda maior cidade de Moçambique. O
grupo de peritos, deslocou-se à região a convite do conselho autárquico
da Beira, liderado por Simango, que pretende com o trabalho de
peritagem criar um banco de dados sobre as destruições provocadas pelo
ciclone Idai com vista a planificar os investimentos nas áreas
prioritárias, noticiou o site da Deutsche Welle, lembrando que o número
de pessoas afetadas pelo ciclone Idai em Moçambique atinge 1,3 milhões
de pessoas.
* Chocante
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