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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
PS avança com limites a nomeações de familiares para gabinetes até primos
O PS vai propor a discussão, na comissão
parlamentar da Transparência, de limites às nomeações de familiares para
gabinetes governamentais e outros cargos públicos, já com uma iniciativa
legislativa para inibir até primos.
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"Fizemos
uma reflexão sobre as questões relativas à regulação das nomeações,
designadamente na vertente entre os nomeantes e os nomeados, definimos
também os graus de parentesco em que esse tipo de nomeações fica
inibido, o âmbito dos cargos e as penalizações respetivas. Temos
concluída essa iniciativa legislativa, mas apresentá-la-emos em primeiro
lugar no âmbito da comissão de Transparência, logo que esteja
disponibilizada nos seus trabalhos", disse o líder parlamentar
socialista, Carlos César, no final da reunião semanal da bancada, em
Lisboa.
O vice-presidente do grupo
parlamentar do PS Pedro Delgado Alves explicitou o que está em causa,
considerado que "o calendário de trabalhos" da comissão parlamentar da
Transparência é "ainda compatível com uma alteração desta natureza, ou
seja, o aditamento de dois ou três artigos a uma legislação que existe,
que não implica trabalho muito moroso, para ser aprovado ainda nesta
legislatura", até julho.
"Aquilo que
fizemos foi precisamente ir buscar exemplos de direito comparado,
nomeadamente a legislação francesa, aprovada há pouco tempo pelo
Presidente Macron, indo mais além, identificando que se torna impossível
a nomeação por membros do Governo ou outros titulares de cargos
políticos de seus familiares para exercício de funções nos seus
gabinetes”, afirmou.
Segundo Pedro Delgado
Alves, olhou-se “para o grau de parentesco da lei Mácron”, mas também se
utiliza aquilo “que resulta do Código do Procedimento Administrativo,
que vai mais longe, é mais amplo, tem linhas de parentesco colateral até
ao terceiro grau”.
As inibições,
acrescentou, incluem "ascendentes e descendentes, cônjuges e unidos de
facto, adotados", entre outros, e trata-se de as "acrescentar à ‘lei dos
gabinetes’, que é aplicável ao Governo, mas, por remissão, a todos os
casos em que um titular de cargo político tenha um gabinete de apoio".
A
norma será "aplicável a todos os gabinetes de membros do Governo, de
apoio aos órgãos parlamentares, autarquias locais, regiões autónomas,
Presidência da República (Casa Civil e Casa Militar)", entre outros.
"No
plano da administração pública, ao nível da designação de titulares de
cargos de direção superior de primeiro e segundo grau e de gestores
públicos a questão que se pode pôr é similar", continuou Delgado Alves,
frisando que o objetivo é que "o próprio nunca possa ter intervenção
nessas designações".
Para o deputado do PS,
"acima de tudo, há uma coisa que até agora não existia: um critério,
uma identificação de um universo e de um local em que incidem estas
restrições".
"É a forma de reforçar a
transparência, a clareza das normas e esperamos que haja acompanhamento
destas propostas ou a formulação de um caminho alternativo ou
complementar por parte dos restantes grupos parlamentares", desejou.
Nas
últimas semanas têm sido noticiadas nomeações de familiares para cargos
públicos e no Estado, durante a vigência do atual executivo, mas também
de outros Governos.
Há uma semana, o
secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, pediu a demissão na
sequência de ter sido tornado público de que nomeara o próprio primo,
Armindo Alves, para adjunto no seu gabinete.
O
Presidente da República tinha sugerido uma alteração ao Código do
Procedimento Administrativo, em vigor desde 1991, e no qual estão
previstas as limitações de nomeações de familiares para cargos na
Administração Pública.
Ainda sobre a
reunião do grupo parlamentar desta manhã, Carlos César adiantou que os
deputados socialistas confirmaram as propostas já apresentadas na
comissão da Transparência sobre a regulação do lóbi e decidiram voltar à
proposta inicial quanto às incompatibilidades dos deputados,
alargando-as a sociedades de advogados.
* A ÉTICA é um exercício de difícil execução, assim sendo legisla-se para facilitar a vida aos políticos que não têm um pingo de ética. Quando uma lei deste teor tem de ser produzida é porque a seriedade dos políticos está de rastos.
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