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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Abusos sexuais.
Igreja encobriu pedofilia do fundador dos Legionários de Cristo durante 63 anos
A denúncia surgiu agora pela boca do cardeal brasileiro João Braz de Avis. Marcial Maciel era muito próximo de João Paulo II e até Bento XVI quando dirigia a Congregação para a Doutrina da Fé demorou a atuar
O prefeito da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada, o
cardeal brasileiro João Braz de Aviz, acusa o Vaticano de ter na sua
posse, desde 1943, documentos que atestam os abusos sexuais e pedofilia
cometidos pelo fundador dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel. Ou seja, passaram 63 anos até que a Igreja o aconselhasse a retirar-se em penitência, o que só aconteceu em 2006.
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O PEDÓFILO E O SANTO ENCOBRIDOR |
O sacerdote mexicano terá sido investigado entre 1956 e 1959 sem qualquer consequência. Maciel, que morreu há quase 11 anos, era muito próximo de João Paulo II e foi fundador da organização religiosa em 1941.
"Quem o encobriu era uma máfia, não eram Igreja", disse João Braz de Aviz ao ser entrevistado pela revista católica espanhola Vida Nueva, citada pelo El Pais.
E vai mais longe: "Tenho a impressão de que as denúncias de abusos
aumentarão, estamos apenas no início. Há 70 anos que andamos a encobrir
isto, e isso foi um erro tremendo", acrescentou o sacerdote.
As primeiras denúncias públicas contra Marcial Maciel surgiram na
década de 80 do século passado, quando foi acusado de abuso sexual de
jovens seminaristas. Em 1994, o Vaticano recebeu relatórios
sobre as acusações elaboradas com base nos testemunhos de nove
ex-legionários de Cristo. Esse número aumentou em 2001, quando já havia
mais de duas dezenas de testemunhos - isso levou à reabertura do caso.
Maciel sempre negou as acusações, mas depois de uma investigação, já em 2006, o
Vaticano aconselhou-o a retirar-se e a fazer uma vida reservada e de
penitência. Dois anos depois morreu, sem ter proferido um pedido de
perdão às suas vítimas.
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PODE SER ENVENENADO |
Quando as denúncias sobre Maciel eram já públicas, João Paulo II chegou a dizer que ele era"um guia eficaz da juventude", recorda o El Pais.
O cardeal Ratzinger (atual Papa Emérito e anterior presidente da
Congregação para a Doutrina da Fé) também fechou os olhos durante algum
tempo. Ratzinger determinou a abertura de uma investigação uma
semana depois de Maciel comemorar 60 anos de sacerdócio, numa cerimónia a
que assistiram o Papa e o seu secretário de Estado, cardeal Angelo
Sodano.
Agora, o Cardeal João Braz de Aviz veio dizer que
já desde 1943 o Vaticano conhecia as práticas de Maciel. Isto acontece
num altura em que a congregação Legionários de Cristo está a
reabilitar-se, passada cerca de uma década da morte do seu fundador.
"O
Vaticano recebeu 240 documentos que evidenciavam que a situação era
conhecida antes de se ter assumido que sabia. A nossa denúncia é de 1988
e, mesmo quando Ratzinger era cardeal, passavam esta batata quente de
uns para os outros, sem tomar medidas. Creio que a Legião, como a
entendíamos, deveria ser eliminada", disse ao El País Félix Alarcó, ex-dirigente legionário em vários países e também ele vítima de abusos em criança.
* Há pouco tempo atrás referimos que o papa Francisco tinha elevado ao santificado um encobridor de pedófilos, João Paulo II, não mentimos.
Quanto ao sr. Cardeal João Braz de Aviz corre sério risco de morrer envenenado, não seria o primeiro, se tal acontecer gritaremos a nossa modesta indignação porque até num covil pode haver alguém de bem.
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