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HOJE NA
"SÁBADO"
Blasfemar já não é crime na Irlanda.
E o presidente será reeleito
Os Irlandeses foram chamados a escolher o presidente e terão votado pela
permanência de Michael D. Higgins. E também aprovaram que o crime de
blasfémia fosse retirado da constituição.
A Irlanda votou favoravelmente na proposta de retirar o crime de
blasfémia da sua constituição. A retirada deste crime teve 71,1% de
votos favoráveis, contra 26,3% de votos contra. Numa votação
coincidente, os irlandeses decidiram manter o presidente Michael D.
Higgins no posto por uma grande maioria.
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Os
resultados oficiais só serão dibvulgados este sábado, mas a
confirmarem-se as expectativas, este será mais um golpe para tornar a
constituição irlandesa menos conservadora, princippalmente no que à
religião diz respeito.
E embora fizesse parte da constituição, a
última vez que o crime de blafesmar - insultar algo tido como sagrado,
ou bastante respeitável - deu direito a condenação foi em 1855. No
entanto, o comediante Stephen Fry foi investigado pela polícia irlandesa
por ter dito em directo que Deus era "capriscioso", que "tinha uma
mente maligna" e que era um "verdadeiro maníaco". A investigação acabou
por ser largada por a polícia ter chegado à conclusão qeu não havia
gente suficiente indignada com as declarações do artista.
Esta é mais uma votação que enfraquece a influência religiosa na
constituição irlandesa depois de, em 2015, os cidadãos terem votado para
permitir o casamento homossexual e, em Maio, dois terços dos votantes
terem decidido acabar com a lei contra o aborto que vigorava no país
saxónico. O primeiro-ministro (taioseach, em gaélico), afirmou que com o
fim da lei contra o aborto "culminava uma revolução pacífica que tem
vindo a decorrer nos últimos dez ou vinte anos".
Mesmo a eleição
do próprio Leo Varadkar para primeiro-ministro foi um dos marcos dessa
revolução. Varadkar é o primeiro político irlandês abertamente homossexual a assumir o cargo de taioseach.
Já
nas presidenciais, Higgins terá reunido 56% dos votos dos irlandeses,
conseguindo o segundo mandato para a presidência irlandesa por mais sete
anos. A cumprir o termo até ao final, o presidente vai chegar ao fim do
mandato com 84 anos, tendo actualmente 77. Higgins será o quinto
presidente da República da Irlanda a ser eleito para dois mandatos.
Em
segundo lugar ficou o empresário Peter Casey, com cerca de 20% dos
votos. O terceiro lugar terá conseguido 7,4% dos votos e Joan Freeman - o
quarto lugar -, 6,3%. O candidato menos votado recolheu 2% dos votos.
Ao todo, mais de 3 millhões de pessoas votaram nestas eleições e referendo.
* Considerar a blasfémia um crime até aos dias de hoje deixa perceber os estragos que a igreja católica fez na cabeça dos irlandeses.
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