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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Suicídio e depressão serão dramas
do futuro, alerta enfermagem
de saúde mental
O
suicídio e a depressão serão os dramas do futuro numa sociedade incapaz
de lidar com a adversidade e que requer intervenções públicas para
prevenir, foi o alerta deixado hoje, em Bragança, no Congresso
Internacional Saúde Mental para todos.
A iniciativa promovida
pela Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental junta
profissionais ligados à problemática durante dois dias no Instituto
Politécnico de Bragança, com a reivindicação de mais investimento na
promoção e prevenção em Portugal.
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O presidente do Congresso,
Carlos Sequeira, alertou que “o suicídio e depressão vão ser um drama no
futuro”, que requer “muita intervenção” precoce com os estudos a
apontarem já para um aumento das taxas de tentativa de suicídio que o
responsável atribui à “dificuldade de as pessoas lideram com a
adversidade”.
Carlos Sequeira, que é também investigador da
Escola de Enfermagem do Porto, apontou o exemplo do estudo ali realizado
junto de estudantes dos 18 aos 24 anos, 40% dos quais consumia
“psicotrópicos (ansiolíticos, tranquilizantes, hipnóticos) porque eles
não conseguem encontrar estratégias por eles para poder lidar com
situações adversas”.
“Nós temos estudantes, por exemplo, que
quando a gente lhes diz que estão a fazer uma coisa mal ou que têm uma
negativa, se metem na casa de banho a chorar”, observou.
Na
opinião do investigador, ao contrário do que acontecia antigamente, as
vivências das atuais gerações não lhes proporcionam ferramentas e
recursos próprios para lidar com situações adversas.
“E quando
são confrontados com o mundo real, a vida tem muitas adversidades (a
doença, insucesso) e os jovens de hoje não estão preparados para estas
adversidades e, por isso, é que a Organização Mundial de Saúde diz que a
depressão vai ser, em 2022, a doença mais incapacitante do mundo”,
concretizou.
Carlos Sequeira salientou que “há uma associação
grande entre a depressão e o suicídio” e, segundo estudos realizados em
alguns países, “o número de suicídios por dia é muito similar aos
acidentes rodoviários”.
O que se fez com as campanhas rodoviárias
de prevenção, devia ser feito na área da saúde mental, como defendeu,
apontando que “não se faz quase nada em Portugal e nem sempre implicaria
investimento financeiro”.
“Ao nível da intervenção das pessoas
com doença mental, as coisas estão mais ou menos, mas ao nível da
promoção e da prevenção faz-se muito pouco e pode-se fazer mais nas
escolas, nas empresas, nos centros de saúde”, defendeu.
Trabalhar
o autoconceito, a capacidade de resiliência dos jovens, a capacidade de
eles lidarem com as emoções, a capacidade de eles estabelecerem
relações interpessoais satisfatórias e não estarem 24 no telemóvel, são
algumas das propostas.
“Há jovens hoje que não conseguem
estabelecer, iniciar um contacto com um estranho, nós notamos isso nos
cursos de jovens com 18, 19 anos, que bloqueiam quando estão perante uma
pessoa”, observou.
Carlos Sequeira alertou ainda que “hoje as
adições das redes sociais, do “online”, são quase tão importante como as
outras adições antigas da droga, do álcool” e defendeu que é necessário
“começar a trabalhar isto antes que surjam os problemas”.
* Quando se fala em grupos sociais frágeis quase sempre nos esquecemos do problema da saúde mental, parece tabu. É mais extenso e mais grave do que se supõe, mas é um assunto que não vende jornais nem dá shares televisivos.
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